Apesar da taxa de mortalidade de uma franquia ser bastante baixa (em torno de 4%), o valor do investimento inicial anda assustando os empreendedores neste ano de retração. Justamente por causa disso, duas novas formas de financiamento para o setor chegaram ao mercado. A primeira é a linha de crédito firmada entre o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe) e o Bradesco, disponível desde o dia 1º, que pretende financiar franquias usando o Sebrae como avalista. A segunda é a iniciativa do grupo pernambucano JBD, primeira rede local que disponibiliza R$ 1 milhão para financiamentos de candidatos que queiram abrir uma unidade da marca Renovejá em Pernambuco. A microfranquia pertence ao grupo financiador. Os apoios irão ajudar a Associação Brasileira de Franchising (ABF) a atingir a meta de crescimento para o setor este ano, que é entre 7,5% e 9%.

Para Leonardo Lamartine, diretor regional Nordeste da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e CEO do Grupo Bonaparte, os créditos deverão atrair mais empreendedores que optam por franquias como forma de negócio. “A falta de financiamento pode inviabilizar um negócio ou impedir o crescimento da empresa. Dificulta também a escolha do empreendedor. Às vezes, ele quer investir numa franquia premium, que custa, por exemplo, R$ 400 mil, mas só tem R$ 200 mil. Agora ele poderá completar seus recursos ou mesmo optar por não imobilizar todo o seu dinheiro disponível”, afirma.

Na linha do Bradesco, Lamartine ressalta que o principal diferencial é a garantia. “Isso é importante porque para quem está começando, nem sempre é fácil cumprir com todas as exigências que os bancos públicos pedem”, reforça. Com o montante a ser aportado pelo Sebrae, o Bradesco pode garantir até R$ 300 milhões em empréstimos, com o limite de 80% do valor total do negócio. Os juros anuais e o prazo de pagamento dependem da avaliação individual.

O crédito oferecido pelo Grupo JBD também simplifica o processo, porque ao mesmo tempo o empreendedor recebe o incentivo, treinamento no negócio e é acompanhado pela rede. “Nós fizemos uma pesquisa e descobrimos que existe muita gente querendo investir, mas nem todos têm o valor total do dinheiro. Também há um receio grande de pegar financiamento em um banco”, afirma Leôncio Neto, diretor da RenoveJá, franquia de reparos domiciliares.

Segundo ele, as condições são facilitadas e é possível usar um crédito de até R$ 25 mil com taxa de juros de 8% ao ano. “E estamos oferecendo ainda uma carência de quatro meses e a possibilidade de quitar a dívida até 18 meses”, detalha. Neto adianta que a linha recém-lançada já tem quatro contratos fechados e mais quatro estão em andamento.