Os gastos para fazer uma graduação
Não é só a mensalidade que conta. Alimentação, materiais didáticos, transporte e livros são custos que também fazem parte da realidade do universitário
MAYARA EZEQUIEL
especial para o Diario
mayara.ezequiel@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 07/08/2016 03:00
Quem pretende fazer um curso de graduação precisa estar preparado para gastar, mesmo que as aulas sejam em uma faculdade pública ou que receba bolsa integral em uma instituição particular. Afinal, os gastos vão além da mensalidade. Alimentação, materiais didáticos, transporte e livros são custos que também fazem parte da realidade do universitário e não podem ser esquecidos.
Alguns cursos exigem materiais mais caro do que outros. Thays Alexandre está indo para o sexto período de odontologia, em uma universidade particular. Só de material já gastou quase R$ 8 mil ao longo do curso. “A instituição só disponibiliza os laboratórios para as aulas, mas os instrumentos necessários e os materiais de uso coletivo, como gesso odontológico, por exemplo, são os alunos que custeiam”, conta.
Thays paga R$ 1.800 por mês de mensalidade. Para diminuir os custos, a estudante faz um esforço para voltar para casa e fazer as refeições. Mesmo estando matriculada pela manhã, muitas vezes tem aula à tarde ou monitoria de alguma disciplina no horário da noite e acaba tendo que ficar mais do que um turno na universidade. “Não tenho como trabalhar porque tenho aulas pela manhã e, em alguns dias, à tarde também.”
Como Thays não conseguiu encontrar nenhum emprego que tivesse um horário de trabalho tão flexível, é a família quem ajuda com a compra dos materiais necessários ao curso. Uma realidade semelhante é vivida por Kamilla Souza, que está cursando arquitetura. Além da mensalidade de R$ 1.200, logo no primeiro período a estudante precisou investir R$ 400 em materiais para desenho.
No segundo período, além de mais gastos com material, algumas disciplinas cursadas exigiam impressões em tamanhos grandes, bem caras. Tendo terminado o terceiro semestre do curso, ela também precisou investir em um notebook de qualidade para aprender as plataformas e programas usados na área. A compra do equipamento significou um custo extra de quase R$ 3 mil.
“Gasto também três passagens por dia e, em média, R$ 10 no almoço. Além dos materiais e do notebook, é importante que eu invista em cursos paralelos sobre os programas que vou precisar usar para fazer os projetos, como o Photoshop, que custa em média R$ 400, e o Autocad, que custa uns R$ 600”, conta Kamilla Souza.
De acordo com o economista Luiz Maia, além de custos evidentes, que envolvem as despesas com mensalidade, livros, cópias de material de estudo e transporte, é preciso considerar os chamados custos não evidentes. O salário que se deixa de ganhar – no caso das pessoas que retardam a entrada no mercado de trabalho, para estudar – , e os eventuais dispêndios com alimentação fora de casa também devem ser levados em consideração.
“Nesse caso, a ajuda vem normalmente dos pais”, explica o economista. Luiz Maia lembra que algumas pessoas precisam até largar o curso por falta de condições de bancar os gastos. Se depois essa pessoa conseguir voltar aos estudos, pode precisar pagar novas disciplinas ou repetir alguma, aumentando ainda mais o custo. Ele também destaca que um dos problemas dos brasileiros é a dificuldade de se preparar para grandes gastos financeiros.
“O brasileiro tem dificuldade de poupar dinheiro. Muitas vezes, mesmo em uma universidade pública, as famílias precisam pedir empréstimo para custear os materiais e acabam se tornando inadimplentes”, acrescenta. Segundo ele, o consciente preparo das finanças é indispensável para conseguir alcançar o objetivo de ter um curso de graduação.
Quanto custa
O impacto financeiro para fazer uma graduação usando a odontologia como exemplo e o cálculo com base em 5 anos de duração
Faculdade particular
Alguns cursos exigem materiais mais caro do que outros. Thays Alexandre está indo para o sexto período de odontologia, em uma universidade particular. Só de material já gastou quase R$ 8 mil ao longo do curso. “A instituição só disponibiliza os laboratórios para as aulas, mas os instrumentos necessários e os materiais de uso coletivo, como gesso odontológico, por exemplo, são os alunos que custeiam”, conta.
Thays paga R$ 1.800 por mês de mensalidade. Para diminuir os custos, a estudante faz um esforço para voltar para casa e fazer as refeições. Mesmo estando matriculada pela manhã, muitas vezes tem aula à tarde ou monitoria de alguma disciplina no horário da noite e acaba tendo que ficar mais do que um turno na universidade. “Não tenho como trabalhar porque tenho aulas pela manhã e, em alguns dias, à tarde também.”
Como Thays não conseguiu encontrar nenhum emprego que tivesse um horário de trabalho tão flexível, é a família quem ajuda com a compra dos materiais necessários ao curso. Uma realidade semelhante é vivida por Kamilla Souza, que está cursando arquitetura. Além da mensalidade de R$ 1.200, logo no primeiro período a estudante precisou investir R$ 400 em materiais para desenho.
No segundo período, além de mais gastos com material, algumas disciplinas cursadas exigiam impressões em tamanhos grandes, bem caras. Tendo terminado o terceiro semestre do curso, ela também precisou investir em um notebook de qualidade para aprender as plataformas e programas usados na área. A compra do equipamento significou um custo extra de quase R$ 3 mil.
“Gasto também três passagens por dia e, em média, R$ 10 no almoço. Além dos materiais e do notebook, é importante que eu invista em cursos paralelos sobre os programas que vou precisar usar para fazer os projetos, como o Photoshop, que custa em média R$ 400, e o Autocad, que custa uns R$ 600”, conta Kamilla Souza.
De acordo com o economista Luiz Maia, além de custos evidentes, que envolvem as despesas com mensalidade, livros, cópias de material de estudo e transporte, é preciso considerar os chamados custos não evidentes. O salário que se deixa de ganhar – no caso das pessoas que retardam a entrada no mercado de trabalho, para estudar – , e os eventuais dispêndios com alimentação fora de casa também devem ser levados em consideração.
“Nesse caso, a ajuda vem normalmente dos pais”, explica o economista. Luiz Maia lembra que algumas pessoas precisam até largar o curso por falta de condições de bancar os gastos. Se depois essa pessoa conseguir voltar aos estudos, pode precisar pagar novas disciplinas ou repetir alguma, aumentando ainda mais o custo. Ele também destaca que um dos problemas dos brasileiros é a dificuldade de se preparar para grandes gastos financeiros.
“O brasileiro tem dificuldade de poupar dinheiro. Muitas vezes, mesmo em uma universidade pública, as famílias precisam pedir empréstimo para custear os materiais e acabam se tornando inadimplentes”, acrescenta. Segundo ele, o consciente preparo das finanças é indispensável para conseguir alcançar o objetivo de ter um curso de graduação.
Quanto custa
O impacto financeiro para fazer uma graduação usando a odontologia como exemplo e o cálculo com base em 5 anos de duração
Faculdade particular
- Mensalidade (Valor aproximado)
R$ 107.657,10 - Material (valor aproximado)
R$ 22.000 - Alimentação fora de casa (média de R$ 10 por dia)
R$ 15.000 - Transporte (Ônibus, com uso de VEM estudante, a passagem fica pela metade, duas passagens da categoria A por dia)
R$ 4.200 - Total aproximado:
R$ 148.857,10
- Mensalidade
Não tem - Material (valor aproximado)
R$ 22.000 - Alimentação fora de casa (média de R$ 10 por dia)
R$ 15.000 - Transporte (Ônibus, com uso de VEM estudante, a passagem fica pela metade, duas passagens da categoria A por dia)
R$ 4.200 - Total aproximado:
R$ 41.200