Transportar carga fica mais caro Confederação Nacional do Transporte disse que aumento dos impostos sobre combustíveis também vai elevar preços de vários produtos

Publicação: 22/07/2017 03:00

O aumento dos tributos sobre o diesel deverá refletir em elevação de preços para o consumidor, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT). Em nota, Clésio Andrade, presidente da organização, afirma que o aumento de impostos sobre o diesel terá um impacto de 2,5% sobre o preço do transporte de cargas no Brasil. Como consequência, a elevação de tributos acarretará aumento de preços de alimentos e de todos os produtos consumidos pela população.

Em meio a dificuldades para fechar suas contas, o governo aumentou as alíquotas de PIS e Cofins sobre combustíveis. No caso do diesel, o aumento foi de 86%. Com isso, o diesel terá aumento de R$ 0,21 por litro. Seu preço médio no país foi de R$ 2,94 em julho, segundo a CNT. A confederação diz que o aumento de impostos vem em momento ruim para o setor de transportes, após queda de 7,1% em 2016 e o fim da desoneração sobre a folha de pagamentos.

Segundo a CNT, além de elevar preços, o aumento da carga tributária ameaça empregos no setor de transporte. “Para barrar o déficit público, em vez de aumentar impostos, o governo precisa buscar novas receitas de concessões e privatizações, investir em infraestrutura e prosseguir na modernização do Estado, realizando, ainda este ano, a reforma da Previdência”, disse em nota o presidente da CNT.

O aumento de alíquotas levará a renegociações de contratos entre empresas que contratam fretes e transportadoras, diz Pedro Lopes, presidente da Associação Brasileira de Logística e Transporte de Cargas (ABTC). “Alguns embarcadores (empresas que enviam as mercadorias) são sensíveis ao aumento de custos. Outros, com dificuldades devido ao momento econômico, vão barganhar para que não assuma esse aumento. O diálogo será meio demorado”, diz.

Ontem, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) voltou a expor o pato amarelo inflável, um dos principais símbolos das manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), em sua sede em São Paulo, na Avenida Paulista. A iniciativa é uma reação à decisão do governo federal de elevar as alíquotas do PIS e da Cofins sobre combustíveis. (AE e Folhapress)