Antes de investir parte do patrimônio conquistado ao longo da vida em um mercado totalmente diferente do brasileiro, o planejamento é fundamental para que tudo dê certo. Conforme explica George Cunha, advogado especializado em direito internacional e parceiro da Câmara Americana de Comércio (Amcham), existem mais de 100 tipos diferentes de vistos para investidores nos Estados Unidos. Encontrar o ideal é o primeiro passo para o sucesso da empreitada em solo estrangeiro.

“É preciso observar o perfil de investimento. Vistos concedidos para empresas que enviam algum funcionário para lá exigem uma pesquisa de mercado prévia. Para chegar nos EUA e se sobressair é preciso ter uma marca boa e atingir determinados padrões, que são diferentes do Brasil”, explica. O visto L1, por exemplo, que permite os pernambucanos retratados nesta reportagem permanecerem em solo norte-americano, enquadram-se no padrão descrito pelo especialista. Outro tipo de visto que se destaca é o chamado EB-5. Ele permite que a pessoa tenha residência permanente no país, mas está atrelado a um investimento mínimo de US$ 500 mil (veja quadro).

“Eu vejo muito brasileiro errando nos EUA porque faz exatamente as mesmas coisas que costumava fazer no Brasil. É preciso ir para o país e integrar-se à cultura”, acrescenta Daniel Toledo. Ele explica que a concessão do visto depende de uma série de determinações e, caso haja qualquer problema no processo, por menor que seja, o visto será negado. “Tem muita gente vindo sem planejamento e acaba perdendo dinheiro. Há casos em que precisam voltar ou até são deportados porque não deram entrada num processo legal estruturado para ter permissão de investir e residir”, alerta Alexandre Augusto, reforçando que o planejamento é um passo imprescindível.

Apesar de ser um mercado visado por investidores, as polêmicas declarações e medidas do presidente Donald Trump, com relação à imigrantes, têm causado receio. “Eu estava com alguns contratos praticamente fechados antes de Trump entrar e as pessoas resolveram esperar”, diz Cunha, ressaltando, no entanto, que não há motivos para deixar de investir nos EUA. “A ‘caça às bruxas’ que o governo está promovendo é voltada para imigrantes ilegais. Qualquer investidor que entre no país, seja através do EB-5, do L1 ou de qualquer outro visto, está em situação legal e não precisam se preocupar. O governo norte-americano recebe, por ano, US$ 1 bilhão em investimentos estrangeiros que geram muitas receitas para eles”.