Brasil e Estados Unidos estão sem limite de voos Acordo prevê encerrar regra que estipula máximo de 301 frequências

ROCHELLI DANTAS
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Publicação: 20/01/2018 03:00

Companhias aéreas iniciaram um movimento para tentar ampliar o número de voos entre Brasil e Estados Unidos (EUA). O principal argumento está baseado lá atrás, em 2011, quando os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama assinaram um acordo que acaba com o limite de voos entre os dois países. Desde então, o projeto passou a tramitar no Congresso Nacional. Por parte dos EUA não há necessidade de aprovação no Congresso. Ou seja, falta apenas a aprovação do Congresso brasileiro e a comunicação diplomática entre os dois países. Já no apagar das luzes de 2017, o chamado acordo de céus abertos (ou open skies, na sigla em inglês), foi aprovado na Câmara dos Deputados e agora passa a tramitar no Senado.

Na prática, o documento prevê o fim da regra que estabelece em 301 frequências (trechos de ida e volta) semanais, incluindo todos os aeroportos nacionais que operam voos para aquele país. De acordo com a Associação Nacional de Aviação Civil (Anac), o acordo vigente atualmente entre os países em questão é de 1989 e por isso a necessidade de uma verificação e atualização dos dados. “O voo se sustenta se a cadeia evoluir. A economia é muito sistêmica. Se temos mais aéreas voando e mais competitividade na promoção, com mais recursos, teremos um maior fluxo internacional. Novos voos levam a taxas de investimentos, negócios e comércio em todas as áreas”, afirma o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) estima que o número de passageiros em rotas internacionais com origem ou destino para o Brasil possa aumentar 47% após a ratificação do Céus Abertos, gerando cerca de seis milhões de passageiros internacionais para o Brasil, de diferentes países. Chile, Colômbia, Peru, além da União Europeia já assinaram o acordo. “Os principais benefícios são para os consumidores, pois a implementação de um acordo de open skies impulsiona a liberação dos mercados, com a eliminação de limitações ao número de frequências que poderão ser operadas entre os dois países, permitindo a ampliação da oferta e consequente queda de preços”, afirma a CEO da Amcham Brasil, Deborah Vieitas.

Segundo o US Office, o Acordo Céus Abertos entre os EUA e União Europeia, por exemplo, aumentou em 75% a oferta de voos e o fluxo de cargas entre as duas regiões. “Ao compararmos a quantidade de assentos ofertados em proporção da população do Brasil com países que já praticam a política de Céus Abertos com os EUA, o Brasil atualmente conta com 1,8% assento por habitante, enquanto o Chile tem 3,5%, a a Colômbia 4,3% e o Peru, 3,1%”, detalha Deborah Vieitas. Vale ressaltar que não há um prazo para que a votação aconteça no Senado. A aprovação do documento segue sob análise dos senadores brasileiros.

E Pernambuco?
Pernambuco possui hoje duas ligações diretas com os Estados Unidos (EUA). A primeira é operada pela LaTam para Miami e a segunda para Orlando, comandada pela Azul. Em março, a Azul começa a operar trcho para Fort Lauderdale. De acordo com o secretário de Turismo de Pernambuco, Felipe Carreras, partindo do propósito de expansão da malha aérea pernambucana e consequente injeção de capital na economia estadual, o Acordo Céus Abertos pode ser um bom viés aos interesses locais. “Entretanto, é necessário que os detalhes desse documento sejam analisados com bastante cuidado a fim de que seja posto em prática o princípio da reciprocidade e igualdade de direitos e deveres para os dois países”, pontua.

As 10 conexões mais populares de voo direto do Brasil são:
  1. Estados Unidos
  2. Argentina
  3. Chile
  4. Panamá
  5. Portugal
  6. Uruguai
  7. Peru
  8. Espanha
  9. França
  10. 10 Alemanha