Cenário de apreensão no Porto de Suape

Sávio Gabriel
savio.gabriel@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 24/05/2018 09:00

Os impactos também chegaram ao Porto de Suape, onde a situação é preocupante em diversos setores. Segundo a administração do terminal, até ontem 12 navios estavam aguardando na área de fundeio (ancoradouro) devido à indisponibilidade para armazenagem nos tanques. Caso a situação permaneça assim, novas embarcações serão impedidas de atracar.

A situação afetou também o Terminal de Contêineres, que está prestes a paralisar as atividades de recebimento e expedição de cargas. Equipamentos que fazem a operação de embarque e desembarque dos contêineres também podem ser afetados, já que necessitam de óleo combustível para funcionar.

O cenário é de preocupação porque existe um terminal que armazena produtos considerados de alta periculosidade e, segundo a administração do porto, é necessário ser abastecido diariamente com nitrogênio, gás que precisa ser transportado por não estar disponível na região.

“Ontem (terça-feira), os manifestantes permitiram a entrada de apenas um caminhão, suficiente apenas para o dia de hoje (ontem)”, informou a administração do Porto de Suape em nota. Além disso, as empresas localizadas dentro do porto e as embarcações não estão recebendo mantimentos. “Produtos alimentícios, de limpeza, água e até a coleta seletiva de lixo estão comprometidos”, avisa.

GÁS AMEAÇADO
Nos próximos dias, pode começar a faltar gás de cozinha (GLP). Isso porque as unidades de envase que atendem à região também estão no Complexo de Suape. “Nenhum produto foi retirado do porto desde a última segunda-feira (quando iniciou a paralisação dos caminhoneiros), impactando, diariamente, 30 mil famílias e pequenos comércios, segundo cálculo de uma das empresas (…)”, disse a administração do Porto, em nota.

O desabastecimento também impacta 200 clientes diretos por dia, como hospitais, indústrias, restaurantes, hotéis e prédios residenciais. A distribuição de trigo para padarias e indústrias também não está sendo realizada, já que a Bunge Moinho está com os silos praticamente cheios, mas impossibilitada de escoar o produto.