CRISE DOS COMBUSTÍVEIS » Desafio para encher tanque do carro Teve posto no Recife que divulgava o preço da gasolina e nas bombas cobrava mais caro. Procon precisou intervir para evitar prejuízo aos consumidores

Publicação: 25/05/2018 09:00

Para driblar a alta do combustível e o risco de ficar sem gasolina, álcool ou diesel, condutores de veículos particulares da Região Metropolitana do Recife (RMR) se deslocaram aos postos com galões na tentativa de garantir estoque de combustível. Uma missão não tão fácil, já que em muitos o cenário era de frentistas de braços cruzados e portas fechadas. Na manhã de ontem, em alguns que abriram e ainda tinham combustível a oferecer, o valor do litro da gasolina atingiu os R$ 6 e um cenário de caos se formava nas filas de carros que disputavam o abastecimento.

A advogada Carina Leite, de 43 anos, moradora do bairro de Casa Forte, na Zona Norte da capital, esperou mais de meia hora para abastecer e não sabia que o preço da bomba estava acima dos R$ 6. “Infelizmente, a gente se submete a esses abusos para garantir que vamos continuar rodando com nossos carros pela cidade”.

O anúncio no Auto Posto Avenida Norte, localizado no bairro da Tamarineira, informava o litro por R$ 4,19, mas não era esse o preço praticado. Quando a equipe de reportagem do Diario confirmou a manobra do posto para aproveitar a alta demanda, o gerente do estabelecimento informou que a gasolina tinha acabado. Um tumulto se formou e alguns motoristas se voltaram contra a equipe, tentando impedir entrevistas e usando de violência contra um dos fotógrafos.

O Procon foi acionado pela equipe de reportagem e, ao chegar no local, orientou a mudança de valor na placa, requisição cumprida pelos donos do estabelecimento. O órgão chegou a abrir um procedimento de investigação preliminar. “Como há provas sobre o preços que estavam sendo oferecidos na placa e o que estava sendo cobrado na bomba de abastecimento, o órgão de defesa do consumidor irá abrir um procedimento de investigação preliminar. Caso seja comprovada a diferença, o estabelecimento terá que devolver o valor pago. Os consumidores que se sentiram lesados podem comparecer ao órgão com a nota fiscal e abrir uma reclamação”, esclareceu o Procon, através de nota.

As filas de automóveis e motocicletas em frente aos postos de gasolina estão sendo recorrentes desde a noite da quarta-feira. Motociclistas chegavam aos postos com galões na tentativa de encher de álcool ou gasolina para guardar em casa, o que não é permitido. Em alguns trechos da cidade, as filas nos postos está prejudicando a circulação de transportes coletivos e particulares, gerando congestionamentos. Na Avenida Abdias de Carvalho, logo após o Sport, sentido BR-232, a fila de carros e motos para comprar combustível passava da lanchonete Habib’s, entrando pela esquina da Aerovia. (Mariana Fabrício)

Ronda
No início da noite de ontem, a reportagem do Diario saiu à caça de postos de gasolina abertos e que ainda ofertassem combustível para motoristas. Foram percorridos vários bairros da Zona Norte e Sul, além do Centro, e o cenário, com raras exceções, era o mesmo. Frentistas de braços cruzados, sem ter o que oferecer, ou estabelecimento com as luzes já apagadas antes das 21h.  Onde ainda havia gasolina, as filas eram observadas de longe.

Avenida Norte ( 2 postos )

1 aberto com a fila passando dos 300 metros e bastante discussão, com troca de acusações sobre quem estaria furando a fila
1 fechado no qual um frentista apenas tomava conta do lugar

Avenida Rosa e Silva
2 postos fechados em uma das principais vias que cortar vários bairros da Zona Norte do Recife

Avenida Abdias de Carvalho
1 posto aberto à tarde, próximo ao Sport. A fila rodava pelo quarteirão e o tempo de espera chegava a uma hora e meia

Avenida Recife
3 postos fechados

Boa Viagem
3 postos fechados

Recife Antigo

3 postos fechados
Em um deles, ao lado da Ponte do Limoeiro, havia na noite de ontem uma fila para abastecer, apesar dos frentistas informarem à reportagem que não estava funcionando

Pina
2 postos fechados, um deles multado por adotar preços abusivos na quarta-feira passada