No Aeroporto Internacional do Recife – Guararapes/Gilberto Freyre, os reflexos da falta de combustível já aterrissaram. Na Azul, cinco voos partindo da capital pernambucana foram cancelados ontem e outros cinco, que chegariam ao estado, tinham previsão de seguir o mesmo destino. As demais operadoras, como a Gol, Avianca e a TAM, estão flexibilizando suas regras para evitar transtornos. A Avianca garante que não haverá operações afetadas, mas que os passageiros impactados podem remarcar suas passagens até o dia 29 de maio sem cobrança de taxa nem pagamento de diferenças tarifárias.

A Gol recomenda aos clientes que, enquanto houver a paralisação, eles verifiquem a situação de seus voos antes de se deslocarem aos aeroportos através do site da companhia ou pelo 0300 115 2121. E a Latan Airlines Brasil também está oferecendo isenção da cobrança de taxa de remarcação e das diferenças tarifárias da passagem para nova data à escolha do cliente e, sem multas, em voos domésticos para os aeroportos de Brasília, Goiânia, Ilhéus, Recife e Teresina, Confins e Porto Alegre.

“Por conta da greve dos caminhoneiros, que impede o fornecimento de combustível para os aeroportos e, consequentemente, o abastecimento de aeronaves, tivemos que realizar alguns cancelamentos em nossas operações. Entretanto, nossa equipe segue trabalhando para mantê-las normalizadas. A companhia disponibiliza a remarcação de bilhetes sem custo para clientes com voos programados até o dia 31 de maio e que desejem optar por datas alternativas à sua programação”, informa, ainda, o comunicado da Azul. Já a nota oficial da Gol acrescenta que os passageiros impactados por eventuais cancelamentos procurem a companhia a fim de remarcar suas viagens, sem a cobrança de taxas e de acordo com a disponibilidade, ou ainda, solicitar reembolso integral de suas passagens.

A Infraero, por sua vez, afirma que está monitorando o abastecimento de querosene de aviação por parte dos fornecedores que atuam nos terminais e já alertou aos operadores de aeronaves que avaliem seus planejamentos de voos para que cada um possa definir sua melhor estratégia de abastecimento de acordo com o estoque disponível na origem e destino do voo. Aos passageiros, o órgão recomenda que procurem suas companhias para consultar a situação de seus voos. A Associação Nacional das Distribuidores de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência (Plural), também informou que está empenhada em regularizar a situação, com um grupo dedicado 24 horas por dia, totalmente integrado com o gerenciamento de crises da Casa Civil e com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). “Há produto e caminhões para entrega.”

Enquanto isso, o Complexo Portuário de Suape também emitiu nota na qual indica que oito caminhões-tanque conseguiram entrar ontem no porto e abastecer através de decisão da juíza federal Daniela Zarzar Pereira de Melo, que foi informada pela Infraero que mais de 70 voos seriam prejudicados no Aeroporto Internacional dos Guararapes até o próximo domingo com a falta de combustível. Os caminhões, porém, não deixaram os pátios. Em documento, o complexo explica que a média de caminhões que não está tendo acesso ao porto é de dois mil por dia e, destes, 70% são de combustíveis. O Diario acompanhou a saída de passageiros do terminal da capital pernambucana durante parte do dia de ontem e não verificou intercorrências.