CRISE DOS COMBUSTÍVEIS » Linha de produção da Jeep parada Fábrica em Goiana teve atividades suspensas ontem, devido às consequências da greve. No Brasil, outras montadoras também interromperam trabalhos

Publicação: 25/05/2018 09:00

A montadora Jeep anunciou, no início da tarde de ontem, que a produção de veículos no polo automotivo, localizado em Goiana, na Região Metropolitana, está suspensa devido aos problemas logísticos causados pela greve dos caminhoneiros. Em nota, a empresa destacou que “permanece avaliando a evolução da situação”. Essa é a primeira vez que a fábrica suspende a produção desde que foi inaugurada, em 2015. Com a suspensão da greve por 15 dias, a situação pode voltar ao normalidade.

O anúncio aconteceu depois de a empresa ter paralisado o primeiro dos três turnos de produção, que deveria ter iniciado às 6h de ontem e seguiria até por volta das 16h. Conforme informações de bastidores repassadas ao Diario, o principal motivo da suspensão foi a não chegada de peças na linha de produção. Atualmente, a fábrica produz os veículos Renegade, Toro e Compass. De acordo com estimativas extraoficiais, são fabricados de 420 a 480 carros por turno, totalizando entre 1,2 mil e 1,4 mil veículos por dia. A Fiat Chrysler Automobiles não confirmou os números, nem informou quantos funcionários foram dispensados.

No Brasil, outras montadoras também interromperam a produção. A Ford, por exemplo, que já havia interrompido as atividades nas fábricas de Camaçari (BA) e Taubaté (SP), suspendeu também na planta de São Bernardo do Campo (SP). A fábrica da Renault, em São José dos Pinhais (PR), está com a produção interrompida desde a quarta-feira. Cerca de 1,3 mil veículos eram fabricados por dia. A Toyota e a Peugeot relataram que estão com linhas de produção paradas desde a quarta-feira.

Outra montadora que suspendeu as atividades foi a Nissan, que desde a terça-feira não produz em Resende (RJ). Antes da paralisação, a companhia vinha operando em dois turnos, o que equivale a 500 carros por dia. A Kia Motors, que é a maior importadora de veículos do Brasil e tem 102 concessionárias, confirmou que a greve tem atrapalhado a chegada de carros para as lojas.

De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a partir de hoje todas as linhas de produção instaladas no país vão estar paradas em razão da greve dos caminhoneiros. “A greve afetará significativamente nossos resultados tanto para as vendas, quanto para a fabricação e exportação”, disse a entidade em nota enviada à imprensa, horas antes do anúncio do acordo entre governo e movimento. No mês passado, a média diária de produção no país foi de 12,6 mil unidades de veículos.

Estado
A situação na cadeia produtiva do estado piorou ontem, de acordo com informações da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe). “Há várias empresas com linhas de produção paradas por falta de insumos e outras sem poder escoar a produção, mas ainda é difícil avaliar os prejuízos”, disse Ricardo Essinger, presidente da instituição. Segundo ele, os problemas afetam os setores de limpeza, produção de plástico, químico, tintas, metalmecânico, entre outros. (Agência Estado)