Do peixe ao bredo, Semana Santa terá vendas maiores A expectativa dos produtores e comerciantes é que a procura pelos ingredientes dos pratos tradicionais seja de 20% a 30% superior à registrada no ano passado

José Ygor Lino
Especial para o Diario
jose.lino@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 03/04/2023 03:00

Produtores e comerciantes estão animados com as vendas de peixes e vegetais utilizados nas iguarias da Semana Santa. A expectativa é que os negócios deste ano superem os registrados em 2022, graças, sobretudo, ao controle da pandemia da Covid-19. Em alguns setores, espera-se um crescimento de 20% a 30%.

Para Veronice Silva, produtora e comerciante de produtos orgânicos, a aposta é tanta que, desde o início da Quaresma, ela e as pessoas com quem trabalha plantaram 20% a mais do que costumam fazer por semana. Isso para atender a demanda da Semana Santa.

“O que mais vendo é coco, bredo, couve e jerimum. A expectativa é, de fato, melhorar as vendas, já que no ano passado as pessoas não estavam se confraternizando como neste ano, que estamos mais livres da Covid-19, e, economicamente, mais equilibrados”, observou Veronice. Ela mora em Lagoa do Itaenga, na Mata Norte, e comercializa os seus produtos no Recife.

Entre os vegetais mais procurados, o bredo se destaca. No ano passado, o Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE) contabilizou a venda de cerca de 110 toneladas, destinadas a feiras livres, quitandas e mercados. A expectativa é igualar ou superar a quantidade negociada em 2022.

A venda de pescados também deve ser impulsionada. Segundo Filipe Alves, gerente da Azevedo Pescados, que abastece o Ceasa-PE com criações do Amapá, Rio Grande do Norte, Ceará, Chile e Argentina, a distribuidora espera vender 110 toneladas nesta semana. O número é 50% acima do comercializada em semanas anteriores.

“A expectativa para este ano é muito melhor. Em 2022 já foi muito bom, mas neste ano esperamos vender 30% acima do que no ano passado”, calculou.

Já Daniel Aragão, gerente da Casa do Peixe, que também abastece o Ceasa-PE, com criações do Sul e Norte do país, espera duplicar o faturamento referente ao ano anterior. “O faturamento chega a ser em torno de quatro vezes mais do que o faturamento normal, mas este ano esperamos dobrá-lo”, completou.

As compras da dona de casa Sueli Santos, moradora do Recife, para esta semana, foram específicas e em maior quantidade, uma vez que parte da família deve se reunir a partir da Sexta-feira da Paixão. “Aqui reúno parte dos parentes na sexta, mas é no Domingo de Páscoa que a família toda se reúne, já é tradição”, comentou.

PREÇOS

Quando comparado ao do ano passado, o preço médio do quilo do bacalhau, o mais tradicional dos pescados da Semana Santa, pouco subiu no Ceasa-PE, registrando uma alta de 2,33%. Em março do ano passado era R$ 38,99 e agora, R$ 39,90. A cioba aumetou mais, com o preço médio do quilo passando de R$ 22 para R$ 36, o que representa uma variação de 63,64%.