por Ecio Costa
@eciocosta
Publicação: 28/10/2024 03:00
O IPCA-15, que funciona como uma prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,54%, acelerando em relação a setembro, quando o índice havia sido de 0,13% e em relação a outubro de 2023, quando teve uma elevação de 0,21%. No acumulado do ano, a prévia da inflação já alcança 3,71%, e nos últimos 12 meses o avanço foi de 4,47%, superando os 4,12% registrados no período anterior.
Entre os nove grupos pesquisados, oito apresentaram alta em outubro. Habitação se destacou com a maior variação, de 1,72%, contribuindo com 0,26 p.p. no índice geral. Esse aumento foi fortemente influenciado pela energia elétrica residencial, que subiu 5,29% por conta da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2. O gás de botijão também registrou alta de 2,17%.
Alimentação e Bebidas, o grupo de maior peso no IPCA-15, teve aumento de 0,87% e impactou o índice em 0,18 p.p. A alimentação no domicílio, que havia registrado queda nos meses anteriores, voltou a subir, com destaque para produtos como contrafilé (5,42%), café moído (4,58%) e leite longa vida (2,00%). Já itens como cebola (-14,93%), mamão (-11,31%) e batata-inglesa (-6,69%) apresentaram quedas.
O grupo Transportes foi o único a registrar queda em outubro (-0,33%), influenciado pela redução nas passagens aéreas (-11,40%) e nos preços de ônibus urbano (-2,49%), trem (-1,59%) e metrô (-1,28%), resultado da gratuidade nas eleições municipais em 6 de outubro. No segmento de combustíveis, a gasolina manteve-se estável, enquanto o gás veicular e o óleo diesel apresentaram quedas de 0,71% e 0,23%, respectivamente.
Embora o IPCA-15 não seja a medida oficial da inflação, ele indica que, em outubro, os preços aceleraram de forma significativa, o que pode sinalizar um aumento da inflação oficial no fechamento do mês. A inflação vem apresentando indicativos de reflação de diversos itens, mas principalmente dos alimentos, o que atinge ainda mais a camada mais pobre da população. O setor de serviços vem crescendo muito e traz pressão sobre os preços, pois os serviços, quando reajustados, sobem mais que a inflação e é difícil ampliar a oferta. Esses resultados têm trazido pressão sobre o acumulado de 12 meses, que já está no teto da meta de inflação do Banco Central, de 4,50%.
O IPCA pressionado, no teto da meta de inflação perseguido pelo Banco Central, deixa o cenário mais difícil para novas reduções da taxa de juros básica da economia, A Selic. A previsão do mercado para a Selic, atualmente em 10,75% ao ano, é que encerre o ciclo de alta em 11,75%. Mas esse patamar pode ser revisado novamente, mediante novas medições da inflação que apontem para uma manutenção da elevação dos preços.
A Selic alta para combater a inflação tem seu efeito no setor produtivo, que reduz os investimentos, pois o crédito fica mais caro para captar recursos, pelo lado da oferta. Pelo lado da demanda, o crédito que financia o consumo também tem seu custo elevado, reduzindo o consumo. O resultado é a tentativa de controle da inflação via redução do ritmo da atividade. Mas o problema principal da inflação no Brasil deve ser tratado para que os juros não tenham que ser mantidos em patamar alto por tanto tempo.
Entre os nove grupos pesquisados, oito apresentaram alta em outubro. Habitação se destacou com a maior variação, de 1,72%, contribuindo com 0,26 p.p. no índice geral. Esse aumento foi fortemente influenciado pela energia elétrica residencial, que subiu 5,29% por conta da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2. O gás de botijão também registrou alta de 2,17%.
Alimentação e Bebidas, o grupo de maior peso no IPCA-15, teve aumento de 0,87% e impactou o índice em 0,18 p.p. A alimentação no domicílio, que havia registrado queda nos meses anteriores, voltou a subir, com destaque para produtos como contrafilé (5,42%), café moído (4,58%) e leite longa vida (2,00%). Já itens como cebola (-14,93%), mamão (-11,31%) e batata-inglesa (-6,69%) apresentaram quedas.
O grupo Transportes foi o único a registrar queda em outubro (-0,33%), influenciado pela redução nas passagens aéreas (-11,40%) e nos preços de ônibus urbano (-2,49%), trem (-1,59%) e metrô (-1,28%), resultado da gratuidade nas eleições municipais em 6 de outubro. No segmento de combustíveis, a gasolina manteve-se estável, enquanto o gás veicular e o óleo diesel apresentaram quedas de 0,71% e 0,23%, respectivamente.
Embora o IPCA-15 não seja a medida oficial da inflação, ele indica que, em outubro, os preços aceleraram de forma significativa, o que pode sinalizar um aumento da inflação oficial no fechamento do mês. A inflação vem apresentando indicativos de reflação de diversos itens, mas principalmente dos alimentos, o que atinge ainda mais a camada mais pobre da população. O setor de serviços vem crescendo muito e traz pressão sobre os preços, pois os serviços, quando reajustados, sobem mais que a inflação e é difícil ampliar a oferta. Esses resultados têm trazido pressão sobre o acumulado de 12 meses, que já está no teto da meta de inflação do Banco Central, de 4,50%.
O IPCA pressionado, no teto da meta de inflação perseguido pelo Banco Central, deixa o cenário mais difícil para novas reduções da taxa de juros básica da economia, A Selic. A previsão do mercado para a Selic, atualmente em 10,75% ao ano, é que encerre o ciclo de alta em 11,75%. Mas esse patamar pode ser revisado novamente, mediante novas medições da inflação que apontem para uma manutenção da elevação dos preços.
A Selic alta para combater a inflação tem seu efeito no setor produtivo, que reduz os investimentos, pois o crédito fica mais caro para captar recursos, pelo lado da oferta. Pelo lado da demanda, o crédito que financia o consumo também tem seu custo elevado, reduzindo o consumo. O resultado é a tentativa de controle da inflação via redução do ritmo da atividade. Mas o problema principal da inflação no Brasil deve ser tratado para que os juros não tenham que ser mantidos em patamar alto por tanto tempo.