País tem quase 7 milhões ainda sem emprego
Números do Caged devem ser comemorados, mas, segundo economista, quantidade de pessoas desempregadas e desalentadas no Brasil ainda é alto
Thatiany Lucena
Publicação: 28/12/2024 03:00
O Brasil registrou o saldo positivo de 106.625 novas vagas de trabalho formais em novembro, de acordo com dados divulgados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) na sexta-feira (27). Para o professor de economia do curso de Direito da Faculdade Central do Recife (Facen), Márcio Borba, esses dados devem ser comemorados, mas é preciso observar que o país ainda tem 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego e cerca de 3 milhões de pessoas em situação de desalento.
De acordo com o professor, o crescimento é reflexo da dimensão da pujança da economia, não só do empresário investidor, mas do trabalhador, “Porém, é necessário observar quem está por trás desses índices. Estamos falando de 7 milhões de brasileiros que estão neste momento no drama do desemprego, que não tem para onde ir quando acordam de manhã”, aponta.
Além disso, o economista destaca ainda que o Brasil ainda conta com 3 milhões de pessoas desalentadas, aquelas que apesar de desejarem trabalhar, já desistiram de ir em busca das vagas. “Então, nós temos um dado preocupante de 10 milhões de brasileiros que, neste final do ano, não têm muito o que comemorar. Apesar disso, uma situação que nos leva a ter uma esperança de melhora é olhar para a parcela de empregados no setor privado, por exemplo, 27% não têm carteira assinada, o que representa 14,4 milhões de pessoas sem CLT, além dos 39,1 milhões de empregados com CLT, 73% do total da iniciativa privada”, aponta.
Esse percentual do trabalho informal também deve ser considerado, mesmo que os trabalhadores não tenham amparo das empresas. ”Estamos em um caminho de empregabilidade, apesar de um ambiente instável, com o dólar alto e uma inflação acima da meta. Por um lado nos alegramos, mas ficamos muito preocupados com o que fazer daqui para frente para trazer esse mercado informal para dentro do mercado formal”, afirma.
O primeiro passo para ampliar a sustentabilidade do trabalho no Brasil é a desoneração da folha. “Os impostos e os encargos da folha inibem que a empresa contrate. O peso da previdência sobre a folha é absurdamente contraproducente”, diz.
De acordo com o professor, o crescimento é reflexo da dimensão da pujança da economia, não só do empresário investidor, mas do trabalhador, “Porém, é necessário observar quem está por trás desses índices. Estamos falando de 7 milhões de brasileiros que estão neste momento no drama do desemprego, que não tem para onde ir quando acordam de manhã”, aponta.
Além disso, o economista destaca ainda que o Brasil ainda conta com 3 milhões de pessoas desalentadas, aquelas que apesar de desejarem trabalhar, já desistiram de ir em busca das vagas. “Então, nós temos um dado preocupante de 10 milhões de brasileiros que, neste final do ano, não têm muito o que comemorar. Apesar disso, uma situação que nos leva a ter uma esperança de melhora é olhar para a parcela de empregados no setor privado, por exemplo, 27% não têm carteira assinada, o que representa 14,4 milhões de pessoas sem CLT, além dos 39,1 milhões de empregados com CLT, 73% do total da iniciativa privada”, aponta.
Esse percentual do trabalho informal também deve ser considerado, mesmo que os trabalhadores não tenham amparo das empresas. ”Estamos em um caminho de empregabilidade, apesar de um ambiente instável, com o dólar alto e uma inflação acima da meta. Por um lado nos alegramos, mas ficamos muito preocupados com o que fazer daqui para frente para trazer esse mercado informal para dentro do mercado formal”, afirma.
O primeiro passo para ampliar a sustentabilidade do trabalho no Brasil é a desoneração da folha. “Os impostos e os encargos da folha inibem que a empresa contrate. O peso da previdência sobre a folha é absurdamente contraproducente”, diz.