DIARIO ECONôMICO » Stellantis no Jaboatão

por Pedro Ivo Bernardes

Publicação: 28/12/2024 03:00

A Stellantis comemorou, no último dia 20, a marca de 20 milhões de chicotes automotivos produzidos em sua unidade no Jaboatão dos Guararapes e entregues às unidades fabris de Minas Gerais, em Betim, e de Pernambuco. E a Stellantis tem fábrica no Jaboatão? A resposta é sim, e, atualmente ela produz 4 milhões de chicotes por ano, que são fundamentais para suas duas plantas no Brasil. Essa fábrica de chicotes foi, inclusive, fundamental para viabilizar a fábrica de Goiana. Para entender melhor, vamos voltar um pouco na linha do tempo.

Estávamos 2010, fim da primeira gestão do então governador de Pernambuco Eduardo Campos (que foi reeleito para um segundo mandato) e o ano final do segundo governo do presidente Lula. No dia 29 de dezembro daquele ano encerraria o regime tributário especial para o setor automotivo, que previa incentivos fiscais federais para instalação de fábricas de automóveis no Norte e Nordeste do país. Foi o mesmo que viabilizou a implantação da fábrica da Ford na Bahia.

Atendendo a um pedido do governador Eduardo Campos, o presidente Lula editou uma MP (medida provisória) prorrogando o regime até 2020. No entanto, para serem beneficiadas pelo regime, as empresas teriam que estar em funcionamento em 1999, quando foi editada a lei 9.826, que ficou conhecida como Lei Ford por beneficiar a ida da montadora para a Bahia. Em Pernambuco, estavam enquadradas na regra apenas a Baterias Moura e a TCA, fabricante de peças automotivas pertencente ao grupo argentino Pescarmona. A mesma TCA já passou pelas mãos da Volkswagen e Ford, quando as montaras criaram uma joint venture para atuar na América Latina, a Autolatina.
 
O papel da TCA para a fábrica de Goiana
Com uma MP editada sob medida, bastou a Stellantis (FCA na época) adquirir a TCA para herdar seu direito aos benefícios fiscais. Ah, havia ainda uma regra que o regime especial só era aplicável aos produtos já fabricados, ou seja autopeças. Mas isso também foi  resolvido pela MP, permitindo que fosse apresentado um projeto de fábrica de automóveis. Em tempo, a TCA iniciou as operações em Pernambuco na década de 1960. Sua controladora, a Pescarmona, foi responsável por outro investimento no estado, a Windpower - fábrica de componentes para usinas eólicas, que teve sua falência decretada pela Justiça de Pernambuco no ano passado. A Windpowercomeçou a enfrentar dificuldades ainda em2013, quando a matriz entrou emcrise financeira.
 
Réveillon, praia cheia e serviço de energia

Fim de ano, praias lotadas e festas de fim de ano. O contexto é um desafio para as concessionárias de serviços públicos, a exemplo da Neoenergia. Para evitar “apagões”, a companhia investiu no reforço da oferta de energia no Litoral Sul, onde se concentram grandes festas de Réveillon. A Neoenergia instalou dez geradores nas subestações que atendem a região, garantindo um incremento de 15% na disponibilidade de energia para a região.