Conter os anseios separatistas da Escócia

Publicação: 28/06/2016 03:00

À tensão política e financeira somaram-se alguns incidentes xenófobos em diferentes pontos do país. Um centro cultural polonês em pleno centro de Londres amanheceu com pichações racistas. Já no sul da Inglaterra, em Huntingdon, apareceram folhetos exigindo que os poloneses deixem o país, o que motivou uma queixa na embaixada.

Uma parte dos eleitores pró-Brexit diz que há muitos imigrantes no país, e a comunidade polonesa no Reino Unido é a mais numerosa dos países da UE, com aproximadamente 654 mil membros, segundo o censo de 2011.

Cameron também espera conter os anseios separatistas da Escócia, uma região que votou contra o Brexit e cujo governo nacionalista ameaça com uma consulta independentista, após a de 2014. No Congresso, o chefe de governo britânico assegurou que tanto o Parlamento escocês como o da Irlanda do Norte serão consultados durante a negociação da saída. Reiterou, contudo, que o interesse para ambos passa por obter “o melhor acordo” para o Reino Unido.

“É absolutamente essencial que nos mantenhamos concentrados, que ninguém perca a cabeça e aja sem pensar”, pediu o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que após visitar Bruxelas passou por Londres.

Nessa mesma linha, manifestou-se o conservador Boris Johnson, líder da campanha do Brexit e o mais cotado para substituir Cameron. “A única mudança na vida dos britânicos, e não há muita pressa, é que o Reino Unido se separará do pouco transparente e gigantesco sistema legislativo da União Europeia”, escreveu em artigo publicado no Daily Telegraph. (AFP)