ADEUS AO PAPA - 17/12/1936 - 21/04/2025 » Cardeais em busca de papa "unificador" Religiosos têm encarado a missão de escolher o sucessor de Francisco com "apreensão" e "esperança". Conclave deve ocorrer no início de maio

Publicação: 26/04/2025 03:00

Cardeais realizaram uma nova reunião informal (ANDREAS SOLARO/AFP)
Cardeais realizaram uma nova reunião informal
Alguns dos cardeais que participarão do conclave para eleger o sucessor de Francisco declararam que encaram essa missão com “apreensão”, “responsabilidade” e “esperança”, ao mesmo tempo em que começam a delinear o perfil do futuro papa: um “unificador”. Os doze anos de pontificado do primeiro papa latino-americano foram marcados por reformas e um estilo simples, o que lhe rendeu a dura oposição dos setores mais conservadores da igreja, tendo como carro-chefe seu antecessor Bento 16.

“A tarefa que nos concerne nestes dias está além de nós e, ainda sim, nos compele”, resumiu o cardeal francês Jean-Marc Aveline, na noite da última quinta-feira, durante uma missa em Roma. A poucos metros do local, o cardeal luxemburguês Jean-Claude Hollerich admitiu aos repórteres que encara o conclave “com certa apreensão”, mas também com “grande esperança”. Em sua opinião, o conclave “provavelmente” deveria começar em 5 ou 6 de maio, quando termina o período de luto de nove dias no Vaticano, conhecido como Novemdiales.

Se a discrição e a prudência prevalecerem, alguns cardeais já começaram a traçar o perfil do próximo papa. Questionado se era hora de eleger um papa africano ou asiático, Hollerich respondeu: “por que não?”.

Mais do que a “região geográfica”, é preciso focar nas “competências” e nas “personalidades”, já que “um papa é sempre um unificador”, acrescentou. “Um homem simples”, “nem muito jovem, nem muito velho”, “um homem que sabe estar em contato com as pessoas, que sabe ouvir pessoas da esquerda e da direita”, explicou.

Ontem, os cardeais - eleitores e não eleitores (os com mais de 80 anos) - se reuniram no Vaticano para uma quarta reunião informal desde a morte do pontífice argentino, em 21 de abril. Cerca de 80% dos 135 cardeais eleitores foram criados por Francisco, que priorizou países do Sul global e regiões isoladas. (AFP)