Líderes extremistas batem em retirada
Autoridades do Estado Islâmico foram embora de Mossul antes da chegada da coalizão internacional na cidade iraquiana que é reduto dos jihadistas
Publicação: 20/10/2016 03:00
![]() | |
Ofensiva entrará hoje no quarto dia de ataques |
Líderes extremistas deixaram Mossul, afirmou um general norte-americano, ontem, no terceiro dia da ofensiva das forças iraquianas, que preparam novos ataques para hoje no entorno do último reduto do grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque.
Desde a segunda-feira, as forças federais e curdas iraquianas fizeram rápidos avanços, aproximando-se de várias frentes à segunda cidade do Iraque. Para isto, contam com o apoio da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos que, além de sua aviação, tem deslocados no terreno militares em trabalhos de assessoramento e treinamento.
Segundo o general norte-americano desta coalizão, Gary Volesky, “autoridades (do EI) foram embora” da cidade e são os extremistas estrangeiros os “que ficarão e lutarão” em Mossul.
Antes de chegar aos subúrbios de Mossul, onde estariam entrincheirados entre 3.000 e 4.500 extremistas fortemente armados, as forças iraquianas devem atravessar territórios controlados pelo EI. Esta batalha será “difícil”, antecipou o presidente norte-americano, Barack Obama, assim como outros líderes ocidentais.
Em Moscou, o chefe de estado-maior russo, general Valrey Gerasimov, afirmou que nesta ofensiva não é preciso “expulsar terroristas” do EI do Iraque para a Síria “mas deve-se abatê-los no local”.
Em Mossul, centenas de milhares de civis vivem há dois dias sacudidos pelos bombardeios contra o EI, tentando sobreviver entre ataques e escassez de alimentos. “Não dormimos a noite toda por causa dos ataques aéreos. Ouvimos fortes explosões, mas não sei quais são seus alvos”, afirmou à AFP, por telefone, Abu Saif, um morador de 47 anos. “Muitas famílias começam a carecer de alguns de base, não há mais comércio em Mossul, a cidade está isolada do mundo”, advertiu.