AIEA defende solução negociada entre Israel e Irã Rafael Grossi disse que agência monitora a situação e descreveu cenário como "preocupante". Itamaraty considera risco de conflito de grandes dimensões

Publicação: 14/06/2025 03:00

Grossi defendeu diálogo, diplomacia, paz e cooperação (EUGENE HOSHIKO/POOL VIA REUTERS)
Grossi defendeu diálogo, diplomacia, paz e cooperação
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, defendeu o caminho negociado entre Israel e Irã para a solução do conflito. Israel bombardeou na madrugada desta sexta-feira (13) várias instalações militares e nucleares do Irã. “Apesar das atuais ações militares e do aumento das tensões, está claro que o único caminho sustentável a seguir - para o Irã, para Israel, para toda a região e para a comunidade internacional - é aquele baseado no diálogo e na diplomacia para paz, estabilidade e cooperação”, defendeu.

Em declaração ao Conselho de Diretores sobre a situação no Irã, Grossi afirmou que o desenvolvimento do conflito dos dois países é preocupante. “Tenho afirmado repetidamente que instalações nucleares jamais devem ser atacadas, independentemente do contexto ou das circunstâncias, pois isso pode prejudicar tanto as pessoas quanto o meio ambiente. Tais ataques têm sérias implicações para a segurança, a proteção e as salvaguardas nucleares, bem como para a paz e a segurança, regionais e internacionais”, alertou.

O diretor-geral da AIEA disse que está em contato com as autoridades iranianas de segurança nuclear para verificar a situação das instalações nucleares relevantes e avaliar quaisquer impactos mais amplos na segurança e proteção nuclear. 

BRASIL CONDENA


O governo brasileiro, por meio de nota, condenou os ataques de Israel contra instalações nucleares e fábricas de mísseis do Irã, que mataram altos oficiais militares e cientistas do país persa.

“O governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional”, diz nota do Ministério das Relações Exteriores.

O Itamaraty acrescentou que os ataques ameaçam mergulhar toda a região em um conflito de ampla dimensão, “com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial. O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades”. (Agência Brasil)