Irã promete respostas ao ataque dos EUA
Após o bombardeio americano, o parlamento iraniano quer fechar o Estreito de Ormuz, responsável pela passagem de petróleo da região
Publicação: 23/06/2025 03:00
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O Conselho de Segurança da ONU se reuniu de forma emergencial após os ataques |
O parlamento do Irã votou, ontem, pelo fechamento do Estreito de Ormuz, em resposta aos ataques dos Estados Unidos contra o país, ocorridos no sábado (21). A decisão ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo líder supremo Ali Khamenei.
O Estreito de Ormuz é um ponto estratégico no Golfo Pérsico, controlado pelo Irã e fundamental para o comércio da região. Cerca de 21% de todo o petróleo do planeta passa por ali, o que pode causar um enorme impacto no comércio global em caso de bloqueio.
Na última quinta-feira (19), o Irã já tinha ameaçado fechar o Estreito caso os Estados Unidos entrassem no conflito ao lado de Israel. O parlamentar iraniano Seyyed Ali Yazdi Khah afirmou que os adversários devem saber que o país possui muitas opções e que, se necessário, as utilizará. De acordo com o jornal Mehr, Teerã poderá fechar a rota estratégica para proteger seus interesses nacionais.
REUNIÃO
Também ontem, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizou uma reunião de emergência. O secretário-geral das ONU, António Guterres, alertou sobre “outro ciclo de destruição” e represálias após os ataques americanos contra o Irã, que marcaram uma “guinada perigosa” na região. “Tenho condenado repetidamente qualquer escalada militar no Oriente Médio”, disse o secretário-geral.
“As pessoas da região não podem suportar outro ciclo de destruição. E, no entanto, agora corremos o risco de cair em um círculo de represália após represália”, advertiu. O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o diplomata argentino Rafael Grossi, também expressou preocupação pelo risco de “expansão do conflito”, e pediu “moderação máxima”.
“Temos uma janela de oportunidade para voltar ao diálogo e à diplomacia. Se essa janela se fechar, a violência e a destruição podem alcançar níveis impensáveis e o regime de não proliferação nuclear, tal como o conhecemos, pode ruir e colapsar”, declarou Grossi
Quanto ao impacto dos ataques americanos, Grossi indicou que “crateras são visíveis nas instalações de Fordow, o principal local de enriquecimento de urânio a 60% no Irã, o que indica o uso por parte dos Estados Unidos de munições perfurantes”. (Metrópoles e AFP)