Homenagem ao Centro Educacional Pio XII

Ana Emília Baracuhy Cavalcanti
Servidora Pública Federal - Ex-aluna do Pio XII (1980-1986)
l.maia@terra.com.br

Publicação: 18/03/2015 03:00

Diz-se que é sagrado aquilo em que não se deve mexer ou tocar; que não se deve infringir, violar. Será heresia dizer que no dia 14 de março de 2015 voltamos a pisar no solo sagrado do inesquecível Centro Educacional Pio XII?

Sagrado por ter sido o lugar privilegiado de memoráveis momentos de nossa infância e adolescência. Aquelas estruturas são mais que uma edificação, estão impregnadas de significados. Pátio, quadra, salas de aula, da coordenação e da diretoria, corredores foram palco de brincadeiras (nem sempre isentas de malícia), algazarras, alegrias, brigas, namoros, paqueras, jogos, diversão, lágrimas, risadas, correrias, provas, trabalhos em grupo, chamadas orais, feiras de ciências. Ali vivemos anos que, hoje, sabemos serem inocentes.

Com nossos professores aprendemos preciosas lições, ensinamentos que contribuíram para sermos os adultos, pais e profissionais nos quais nos tornamos. Nem sempre soubemos aproveitar com sabedoria a disciplina, as regras e os limites que eram impostos. Coisa de jovens, cheios de
vitalidade, irreverência e autossuficiência.

Sob o comando do saudoso fundador, diretor e professor, Dr. Lucilo Ávila Pessoa, a escola era fiel ao seu lema de orientar e educar seus alunos. Atrás daquela voz que “trovejava” forte em nossos ouvidos, era patente o amor que Dr. Lucilo demonstrava pela educação e por seus estudantes, inclusive por aqueles que aparentavam maior rebeldia. Era um educador por excelência.
Personalidade tão marcante que nomeou diversas comunidades na extinta rede social Orkut, uma delas intitulada “O Mito”. Uma evidência do respeito que ainda hoje inspira aos seus ex-alunos.
Entrar novamente no velho Pio XII, ao lado de colegas com quem convivemos nos anos 80 do século XX, foi uma emoção difícil de descrever. Tínhamos a impressão de que todo aquele espaço nos pertencia, que era um pedaço de nós. Sentimo-nos em casa naquele pátio. É um ambiente familiar, íntimo até, apesar da passagem do tempo, que modificou tantas coisas.

Dois anos antes, em março de 2013, estar apenas na calçada do colégio, ao lado do seu nome e símbolo ainda visíveis no muro lateral, já havia proporcionado uma imensa alegria e trazido à lembrança inúmeras recordações de uma fase feliz de nossas vidas.

Não há palavras para descrever sentimentos tão nostálgicos. Talvez tenha havido uma incômoda sensação de que estranhos estavam ocupando um lugar que nos pertencia; um recinto que merece respeito profundo e veneração absoluta; nosso “santuário” particular, repositório de momentos preciosos que permanecem eternos na memória afetiva de todos nós. Sim, o edifício onde funcionou o Centro Educacional Pio XII, na Av. Caxangá, é um espaço sagrado, que permanece intocado em nossos corações! E o dia 14 de março de 2015 nos proporcionou reverenciar, simbolicamente, todos aqueles que fizeram a história de tão tradicional colégio de nossa cidade. Uma salva de palmas ao “velho Pio”!