Ricardo Japiassu
Professor e jornalista
japiassu.ricardo@gmail.com
Publicação: 02/09/2015 03:00
A última flor do Lácio, a nossa charmosa língua portuguesa, legou bela palavra para denominar os sentimentos de nostalgia e paixão: Saudade. E é com ele que me debruço sobre Poços de Caldas, encravada nos cúmios da Serra da Mantiqueira, onde, entre momentos de galanterie e glamour, deleitei-me com os encantos, os mesmos que busco reviver após 15 anos de ausência. Não pode ser diferente, uma cidade que hospedou a corte tropical, seja durante os ares agradáveis do verão, ou mesmo nos banhos em suas águas talássicas, oferece muito mais entre produção de cristais, termas e esportes aéreos. Com olhar de filho pródigo, volto-me àquele caldeirão de encantos para, ainda este ano, banhar o meu rosto nas águas minerais da Fonte dos Leões, o mais aprazível, entre tantos.
A ideia é realizar pesquisas sobre a passagem da Corte – diga-se, entre outros, os barões de Itacuruçá – cujo solar é conservado pela família Frayha, de passagem, a figura extremamente educada do Doutor Resk, que já me recebeu em entrevista. Também a visita ao efervescente Instituto Moreira Salles, muito rico em atividades culturais, enraizado no antigo chalé tirolês monarquista. A Mantiqueira é um encanto, tanto que o poeta Olavo Bilac ali veraneava. Não sei se encontrou o carioca escritor João do Rio. Recanto de poesia pura. Não é à toa que pretendo publicar: A Corte na Serra da Mantiqueira: O Imperador em Poços de Caldas. Também haverá espaços para textos sobre a produção artística da cidade, diga-se de passagem Doutor Mário Seguso, brilhantemente inteligente e sensível à beleza, e aquela Cá D’Oro repleta de mimos.
A minha saudade é tanta que conto as horas para me banhar nas águas sulfurosas e ferventes nas Thermas Antônio Carlos, ou mesmo nas termas da Praça dos Macacos. Limpar a poeira do tempo. Passear pelas ruas bonitas em carruagem, comprar cristaizinhos em miniatura de animais. Degustar a saborosa culinária interiorana mineira. Encontrar muitos amigos. Escrever, pois não é todo dia que alguém se banha com as mesmas águas que amaciaram o corpo do Imperador Dom Pedro II, agraciador com o título de barão a Campo Místico, o último título de nobreza oferecido pelo Império. Uma corte que se fazia bela e glamourosa, embelezando um povo com requintes que, infelizmente, já não se encontram mais em fartura. Regressar a Poços de Caldas, portanto, se insere num momento de galanterie.
Por fim, não é pouco que desejo ir ao Mercado Municipal, adquirir os queijos saborosos e, sobretudo, o doce de leite com marolo. Sabor que só os confins da Mantiqueira sabem conceber. Saudade sim, das boas e brabas. Regressar, assim, para momentos de nostalgia e delicadeza– redescobrir Poços de Caldas.
A ideia é realizar pesquisas sobre a passagem da Corte – diga-se, entre outros, os barões de Itacuruçá – cujo solar é conservado pela família Frayha, de passagem, a figura extremamente educada do Doutor Resk, que já me recebeu em entrevista. Também a visita ao efervescente Instituto Moreira Salles, muito rico em atividades culturais, enraizado no antigo chalé tirolês monarquista. A Mantiqueira é um encanto, tanto que o poeta Olavo Bilac ali veraneava. Não sei se encontrou o carioca escritor João do Rio. Recanto de poesia pura. Não é à toa que pretendo publicar: A Corte na Serra da Mantiqueira: O Imperador em Poços de Caldas. Também haverá espaços para textos sobre a produção artística da cidade, diga-se de passagem Doutor Mário Seguso, brilhantemente inteligente e sensível à beleza, e aquela Cá D’Oro repleta de mimos.
A minha saudade é tanta que conto as horas para me banhar nas águas sulfurosas e ferventes nas Thermas Antônio Carlos, ou mesmo nas termas da Praça dos Macacos. Limpar a poeira do tempo. Passear pelas ruas bonitas em carruagem, comprar cristaizinhos em miniatura de animais. Degustar a saborosa culinária interiorana mineira. Encontrar muitos amigos. Escrever, pois não é todo dia que alguém se banha com as mesmas águas que amaciaram o corpo do Imperador Dom Pedro II, agraciador com o título de barão a Campo Místico, o último título de nobreza oferecido pelo Império. Uma corte que se fazia bela e glamourosa, embelezando um povo com requintes que, infelizmente, já não se encontram mais em fartura. Regressar a Poços de Caldas, portanto, se insere num momento de galanterie.
Por fim, não é pouco que desejo ir ao Mercado Municipal, adquirir os queijos saborosos e, sobretudo, o doce de leite com marolo. Sabor que só os confins da Mantiqueira sabem conceber. Saudade sim, das boas e brabas. Regressar, assim, para momentos de nostalgia e delicadeza– redescobrir Poços de Caldas.