Generalista-especialista

Eduardo Carvalho
Diretor Executivo da ABA Global Education
eduardo@abaweb.org

Publicação: 01/10/2015 03:00



O mundo tornou-se muito mais complexo, muito mais globalizado.  O resultado é o aumento da competitividade entre nações, empresas e pessoas. Esse cenário provoca desafios para a carreira profissional porque requer indivíduos Globally competents. Ou seja, com capacidade para entender como o mundo funciona e motivação para atuar na implementação de mudanças que julgue importantes para uma sociedade melhor.
Portanto, estamos na era em que cada vez mais o profissional deve ser capaz de ser generalista/globally competent e especialista em alguma atividade para se diferenciar da grande maioria dos indivíduos que optam por carreira do tipo “faz-tudo” e “nada-bem”.
No sistema educacional, as escolas de ensino básico em geral ainda não adotam um bom nível de competência especializada. Talvez isso ocorra por razões de limitação de infraestrutura, de investimento, de benefício/custo, política institucional,  e/ou  visão do gestor da escola e dos alunos/pais sobre a magnitude que a especialidade exige.
As escolas tradicionais, sobretudo, ainda têm uma visão generalista. Algumas até ousam em se conceituar como bilíngue. Globalmente, é sabido que o aprendizado fluente do idioma estrangeiro requer um ecossistema especializado para o propósito. Através desse processo, o aluno conseguirá tornar-se fluente. O tempo necessário e em quais habilidades do idioma ele será fluente dependerá dele, e também do que ele já domina do idioma.
Se o aluno estiver no Brasil, e desejar tornar-se fluente em inglês, ele precisará frequentar uma instituição que tenha um ecossistema adequado para esse objetivo. Subestimar o processo e achar que apenas basta um professor de inglês, significa oferecer uma a escola do tipo “faz-tudo” e “não-faz-nada-bem”. A instituição terá um ensino de Inglês de segunda-classe, iludindo os pais dos alunos, com a promessa de que é mais racional e econômico fazer tudo num só lugar. Para avaliar bem esse modelo, sugiro que os pais visitem uma boa escola especializada e conversem com o especialista.
O processo de aprendizado do idioma estrangeiro é longo. O resultado da escolha correta ou equivocada pela instituição de ensino só poderá ser avaliado comparando-se dois alunos que seguiram processos diferentes, sendo um aluno da escola generalista e outro da escola especializada. Certamente, o aluno que optou pela escola generalista, no mesmo intervalo de tempo, estará com o nível de fluência muito aquém do aluno que optou pela escola especializada. Aquele aluno continuará ‘doente’, e precisará procurar o especialista para ser ‘curado’.