Prêmio Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas 2015

Marly Mota
Membro da Academia Pernambucana de Letras

Publicação: 12/10/2016 03:00

O Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, em noite especial, recebeu artistas, frequentadores e convidados à abertura da exposição referente à quinta edição do prêmio Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas. Com Teresa, minha filha, fomos abraçar o meu compadre amigo Marcos Vilaça e familiares.  Ocasião também para encontrar Beth da Matta Ribeiro, atual diretora do Mamam, num reviver de emoções, vendo amigos de tempos atrás.                                                                                                                                               

Acumulei na memória várias épocas de um tempo que, de tão multiplicado, ficou fora do mapa. Foi na minha cidade de Bom Jardim, no Agreste Setentrional pernambucano, que abri os olhos para as paisagens daquele mundo verde e doce. Tempos depois, com Mauro Mota em nossa casa na Rua Amélia, vislumbrei outros mundos onde não havia fronteiras. Os nossos compadres Maria do Carmo e Marcos Vilaça, relacionando a sua casa a nossa, escreveu: Nossa amizade foi regulada pelo sorriso. Nossa loja de bem querer nem portas teve. Tudo sempre escancarado para a risada. Até para gargalhadas. Bons tempos. Acrescentaria bons tempos e boas vindas quando no ano de 1962 nasceram nossos filhos, Teresa e Marcantonio. Mauro Mota para homenagear a avó, deu à nossa menina o nome de Teresa Alexandrina, de tão feliz acrescentou o nome Maura. Um mês depois, em 30 de agosto, Maria do Carmo e Marcos festejaram a chegada do primogênito Marcantonio Duarte Vilaça. Enquanto crianças, Teresa e Marcantonio, ambos da Escolinha de Arte do Recife, fundada pelo colecionador de artes, Augusto Rodrigues, estiveram juntos nos aniversários e brincadeiras,

Em Limoeiro, a presença de Evalda e o professor Antonio Vilaça, Otaviano Duarte e Inacinha, avós dos irmãos Marcantonio, Taciana Cecília e Rodrigo Otaviano. Na fazenda do avô Otaviano, um espaço entre arvoredos, carneirinhos, balanços; o lindo pônei, manso que todos queriam montar com a meninada da vizinhança ao redor. Marcantonio guardara e reservara as cores do mundo da sua infância para despontar no mundo das artes, formando desde muito jovem a sua coleção de arte e descobrindo grandes artistas, em harmoniosa convivência, lançando-os nas galerias Pasárgada, no Recife e na Galeria Camargo Vilaça, em São Paulo.

Ao despertar do novo século, ano 2000, no réveillon e comemorações em famílias, Marcantonio um belo rapaz, aos 37 anos, fora dormir e não acordou. Minha comadre, querida Maria do Carmo e Marcos Vilaça não tiveram condições de enterrar o filho. A dimensão sem limites dessa perda repercutiu longe.  Em uma crônica, Marcos Vilaça escreve: Nosso Filho Marcantonio está fazendo o que mais gosta: visita às galerias do céu.