Julierme Veras de Moura
Coronel da reserva da PMPE, graduado em Direito e Sistema de Informações, especialista em Gestão de Políticas de Segurança Pública e especialista em trânsito, atualmente é secretário municipal de Defesa Social do Cabo de Santo Agostinho
Publicação: 01/02/2025 03:00
Um incêndio em um caminhão na manhã do último dia (28) expôs, mais uma vez, os gargalos da mobilidade na Região Metropolitana do Recife (RMR). O incidente ocorreu por volta das 9h, no acesso à cidade de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, no trecho da BR-101, em frente da Churrascaria Leitão.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou ter sido acionada às 9h20 para atender a ocorrência. O Corpo de Bombeiros de Pernambuco (CBM) chegou ao local e conseguiu controlar o fogo apenas às 11h05. Apesar da extinção das chamas, o trânsito permaneceu travado durante grande parte do dia. A remoção completa do caminhão e da carreta só ocorreu por volta das 20h, o que manteve congestionados os principais acessos ao Recife para quem vinha do Litoral Sul e do Cabo de Santo Agostinho.
O impacto do incidente foi sentido em diversos trechos da BR-101, tanto na via recém-duplicada quanto na antiga rodovia. A falta de um protocolo ágil para a remoção de veículos pesados em pontos críticos de tráfego gerou um grande engarrafamento e afetou milhares de motoristas e passageiros que precisavam acessar a capital pernambucana.
Falta de planejamento metropolitano
O episódio reacendeu o debate sobre a necessidade de um Consórcio Metropolitano de Mobilidade, que poderia administrar crises viárias e coordenar ações emergenciais para reduzir o impacto de acidentes e bloqueios no tráfego. A disponibilização de reboques em pontos estratégicos ajudaria a minimizar o tempo de resposta em ocorrências desse tipo.
Além disso, soluções tecnológicas inteligentes podem desempenhar um papel fundamental na gestão do trânsito metropolitano. O investimento em um sistema de monitoramento inteligente, com câmeras de vigilância e softwares de inteligência artificial, permitiria a identificação automática de sinistros e congestionamentos. Com isso, alertas em tempo real poderiam ser gerados para as equipes responsáveis, garantindo um acionamento mais rápido e uma resposta mais eficiente para minimizar os impactos no tráfego.
Outro ponto importante é a realização de obras estruturais para eliminar ou reduzir gargalos de fluxo de veículos. A adequação das rodovias e a construção de vias alternativas poderiam evitar que acidentes em pontos críticos causem o colapso da mobilidade em toda a RMR. A falta de investimentos em infraestrutura viária, aliada à ausência de coordenação entre os municípios, agrava ainda mais o problema.
Trânsito parado, economia afetada
A demora na liberação das vias não apenas causou transtornos para motoristas e passageiros, mas também impactou a economia local. O fluxo de mercadorias e trabalhadores ficou comprometido, gerando prejuízos para empresas e atrasos em diversos setores produtivos.
A mobilidade na RMR não pode continuar refém de eventos isolados que paralisam toda a cidade. O incidente do dia 28 reforça a necessidade de uma política integrada de transporte e trânsito, e um planejamento metropolitano que vá além das fronteiras municipais.
Enquanto medidas estruturais e tecnológicas não forem adotadas, a mobilidade seguirá sendo um dos principais desafios para o desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou ter sido acionada às 9h20 para atender a ocorrência. O Corpo de Bombeiros de Pernambuco (CBM) chegou ao local e conseguiu controlar o fogo apenas às 11h05. Apesar da extinção das chamas, o trânsito permaneceu travado durante grande parte do dia. A remoção completa do caminhão e da carreta só ocorreu por volta das 20h, o que manteve congestionados os principais acessos ao Recife para quem vinha do Litoral Sul e do Cabo de Santo Agostinho.
O impacto do incidente foi sentido em diversos trechos da BR-101, tanto na via recém-duplicada quanto na antiga rodovia. A falta de um protocolo ágil para a remoção de veículos pesados em pontos críticos de tráfego gerou um grande engarrafamento e afetou milhares de motoristas e passageiros que precisavam acessar a capital pernambucana.
Falta de planejamento metropolitano
O episódio reacendeu o debate sobre a necessidade de um Consórcio Metropolitano de Mobilidade, que poderia administrar crises viárias e coordenar ações emergenciais para reduzir o impacto de acidentes e bloqueios no tráfego. A disponibilização de reboques em pontos estratégicos ajudaria a minimizar o tempo de resposta em ocorrências desse tipo.
Além disso, soluções tecnológicas inteligentes podem desempenhar um papel fundamental na gestão do trânsito metropolitano. O investimento em um sistema de monitoramento inteligente, com câmeras de vigilância e softwares de inteligência artificial, permitiria a identificação automática de sinistros e congestionamentos. Com isso, alertas em tempo real poderiam ser gerados para as equipes responsáveis, garantindo um acionamento mais rápido e uma resposta mais eficiente para minimizar os impactos no tráfego.
Outro ponto importante é a realização de obras estruturais para eliminar ou reduzir gargalos de fluxo de veículos. A adequação das rodovias e a construção de vias alternativas poderiam evitar que acidentes em pontos críticos causem o colapso da mobilidade em toda a RMR. A falta de investimentos em infraestrutura viária, aliada à ausência de coordenação entre os municípios, agrava ainda mais o problema.
Trânsito parado, economia afetada
A demora na liberação das vias não apenas causou transtornos para motoristas e passageiros, mas também impactou a economia local. O fluxo de mercadorias e trabalhadores ficou comprometido, gerando prejuízos para empresas e atrasos em diversos setores produtivos.
A mobilidade na RMR não pode continuar refém de eventos isolados que paralisam toda a cidade. O incidente do dia 28 reforça a necessidade de uma política integrada de transporte e trânsito, e um planejamento metropolitano que vá além das fronteiras municipais.
Enquanto medidas estruturais e tecnológicas não forem adotadas, a mobilidade seguirá sendo um dos principais desafios para o desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife.