João Carvalho
Jornalista e mestrando em Ciências da Religião na Universidade Católica de Pernambuco
Publicação: 08/07/2025 03:00
Em um mundo atravessado por tensões, onde discursos de intolerância e exclusão crescem como uma praga, celebrar os 20 anos do curso de Pós-graduação em Ciências da Religião da Universidade Católica de Pernambuco, a Unicap, é um gesto necessário; um ato simbólico que reafirma a importância do diálogo, do respeito e do conhecimento como pilares para a convivência humana. As comemorações devem acontecer a partir de agosto com várias agendas no campus, no Centro do Recife.
Desde sua criação, os cursos de mestrado e doutorado se consolidaram como espaço plural e transdisciplinar, onde a religião é estudada não como dogma, mas como fenômeno social, histórico, simbólico e existencial. Ali, o sagrado é investigado em suas múltiplas formas de expressão, com rigor acadêmico e abertura para a escuta do outro. Estuda-se não para defender ou negar crenças, mas para compreendê-las — um exercício de empatia intelectual cada vez mais urgente.
Em tempos em que se tenta justificar a violência com base na fé, o curso reafirma o valor da inter-religiosidade, o reconhecimento da diversidade como fonte de aprendizado e não de ameaça. Promover a convivência entre diferentes tradições religiosas não é utopia, é prática cotidiana, compromisso ético, construção cidadã. E isso tem feito da Unicap uma referência nacional neste campo.
Ao longo dessas duas décadas, o curso formou pensadores, educadores, pesquisadores e agentes sociais aptos a atuar em diferentes frentes, com sensibilidade ampliada sobre o papel das religiões na construção dos vínculos humanos. Escutar com respeito, dialogar com generosidade e aprender com as diferenças são algumas das competências mais valiosas que o curso ajuda a desenvolver.
Sua grade curricular reflete essa proposta: estudo e história das religiões, antropologia, filosofia, psicologia da religião e epistemologia se entrelaçam numa formação sólida, crítica e interdisciplinar. Mais do que formar especialistas em religiões, Ciências da Religião forma cidadãos éticos e intelectuais atentos aos sinais do tempo.
Num Brasil onde, infelizmente, o discurso de ódio tem se “travestido” de religiosidade, estudar religião com método e profundidade é também um gesto político, no melhor sentido do termo: política como construção do bem comum, do entendimento mútuo, do respeito às liberdades de dogmas e crenças.
É nesse terreno delicado que o curso se firma como voz lúcida e necessária. Vivemos um tempo em que os símbolos do sagrado são frequentemente capturados por projetos de poder. Nesse cenário o curso resiste, apontando caminhos de reconexão entre fé, justiça, acolhimento. Relembrar sua trajetória é também traçar uma rota para o futuro, com mais universidades comprometidas com o conhecimento que emancipa, mais pessoas dispostas a construir pontes onde tantos insistem em erguer muros.
Que os próximos anos venham com ainda mais força, mais encontros e mais luz. Que a fé e o saber sigam caminhando juntos, iluminando caminhos num mundo que precisa, mais do que nunca, de respeito, empatia, sensibilidade e escuta.
Desde sua criação, os cursos de mestrado e doutorado se consolidaram como espaço plural e transdisciplinar, onde a religião é estudada não como dogma, mas como fenômeno social, histórico, simbólico e existencial. Ali, o sagrado é investigado em suas múltiplas formas de expressão, com rigor acadêmico e abertura para a escuta do outro. Estuda-se não para defender ou negar crenças, mas para compreendê-las — um exercício de empatia intelectual cada vez mais urgente.
Em tempos em que se tenta justificar a violência com base na fé, o curso reafirma o valor da inter-religiosidade, o reconhecimento da diversidade como fonte de aprendizado e não de ameaça. Promover a convivência entre diferentes tradições religiosas não é utopia, é prática cotidiana, compromisso ético, construção cidadã. E isso tem feito da Unicap uma referência nacional neste campo.
Ao longo dessas duas décadas, o curso formou pensadores, educadores, pesquisadores e agentes sociais aptos a atuar em diferentes frentes, com sensibilidade ampliada sobre o papel das religiões na construção dos vínculos humanos. Escutar com respeito, dialogar com generosidade e aprender com as diferenças são algumas das competências mais valiosas que o curso ajuda a desenvolver.
Sua grade curricular reflete essa proposta: estudo e história das religiões, antropologia, filosofia, psicologia da religião e epistemologia se entrelaçam numa formação sólida, crítica e interdisciplinar. Mais do que formar especialistas em religiões, Ciências da Religião forma cidadãos éticos e intelectuais atentos aos sinais do tempo.
Num Brasil onde, infelizmente, o discurso de ódio tem se “travestido” de religiosidade, estudar religião com método e profundidade é também um gesto político, no melhor sentido do termo: política como construção do bem comum, do entendimento mútuo, do respeito às liberdades de dogmas e crenças.
É nesse terreno delicado que o curso se firma como voz lúcida e necessária. Vivemos um tempo em que os símbolos do sagrado são frequentemente capturados por projetos de poder. Nesse cenário o curso resiste, apontando caminhos de reconexão entre fé, justiça, acolhimento. Relembrar sua trajetória é também traçar uma rota para o futuro, com mais universidades comprometidas com o conhecimento que emancipa, mais pessoas dispostas a construir pontes onde tantos insistem em erguer muros.
Que os próximos anos venham com ainda mais força, mais encontros e mais luz. Que a fé e o saber sigam caminhando juntos, iluminando caminhos num mundo que precisa, mais do que nunca, de respeito, empatia, sensibilidade e escuta.