Alexandre Rands Barros
Economista
Publicação: 12/07/2025 03:00
O Brasil foi surpreendido na última quarta-feira por tarifas retaliatórias impostas às nossas exportações para os EUA. Embora se espere que essa situação mude em breve devido à instabilidade emocional do presidente americano, alguns setores exportadores estão apreensivos. Em 2024, as exportações brasileiras para os EUA foram majoritariamente de petróleo e derivados (75%), incluindo plásticos; produtos agropecuários e manufaturados, como aço semimanufaturado (ferroligas, lingotes, etc.), que representaram cerca de 13%. Destacam-se também as aeronaves da Embraer, cuja demanda está sempre alta, o que sugere que as compras americanas não farão falta. No setor de produtos agropecuários, a substituição de fornecedores será a saída, com países como Colômbia e Costa Rica, no caso do café. De modo geral, consumidores americanos pagarão mais caro e as exportações brasileiras serão redirecionadas a outros mercados, especialmente aqueles cujos fornecedores se voltaram para os EUA. As consequências das tarifas nesses casos serão bem limitadas. O mesmo ocorrerá no setor de derivados de petróleo.
As importações brasileiras dos EUA são mais diversificadas, consistindo principalmente de produtos industrializados. Alguns, como máquinas e equipamentos (aproximadamente 25%), possuem características específicas. Outros, como combustíveis e plásticos, são facilmente encontrados em outros mercados, apesar de ser necessário um período de ajuste. Isso indica que os problemas serão maiores no lado das importações do que das exportações, caso o Brasil use a lei da reciprocidade. Essa situação pode ser uma oportunidade para promover a substituição de importações e reduzir a dependência dos EUA, que já não pode ser considerado um parceiro confiável. A imposição de tarifas retaliatórias, talvez em níveis mais baixos (ex: 15%), é uma boa opção. Empresas ou setores que apresentarem planos críveis de substituição de importações, deveriam ser agraciadas com a redução das tarifas sobre insumos para os níveis atuais e poderiam ser beneficiadas com tarifas de proteção mais elevadas.
A estratégia do presidente americano de fragilizar países para negociar não tem sido eficaz, exceto nos casos do Reino Unido e Vietnã. Com a China, a dependência americana de terras raras foi um fator crucial para ceder nas negociações. A pressa em negociar com o Vietnã também se deu pela busca por terras raras, já que o país possui a segunda maior reserva do mundo. O Brasil detém a terceira maior reserva mundial de terras raras, ao lado da Rússia, mas sua produção ainda é insignificante. O país poderia considerar uma contrarretaliação proibindo investimentos de empresas americanas na exploração dessas terras no Brasil e a exportação desses produtos para os EUA. Isso elevaria o custo das tarifas impostas.
As afirmações de que condutas políticas justificam a retaliação é balela. Trump não poderia justificá-la apenas pelas relações comerciais, pois essas são bem equilibradas. Então, recorreu a esse argumento idiota para justificar a agressão. Tudo o que ele está dizendo é que quer negociar com o Brasil e, se puder, com o Brasil fragilizado. É importante o governo brasileiro não se desestabilizar com essa acusação inicial. E saber que precisamos muito pouco dos EUA.
As importações brasileiras dos EUA são mais diversificadas, consistindo principalmente de produtos industrializados. Alguns, como máquinas e equipamentos (aproximadamente 25%), possuem características específicas. Outros, como combustíveis e plásticos, são facilmente encontrados em outros mercados, apesar de ser necessário um período de ajuste. Isso indica que os problemas serão maiores no lado das importações do que das exportações, caso o Brasil use a lei da reciprocidade. Essa situação pode ser uma oportunidade para promover a substituição de importações e reduzir a dependência dos EUA, que já não pode ser considerado um parceiro confiável. A imposição de tarifas retaliatórias, talvez em níveis mais baixos (ex: 15%), é uma boa opção. Empresas ou setores que apresentarem planos críveis de substituição de importações, deveriam ser agraciadas com a redução das tarifas sobre insumos para os níveis atuais e poderiam ser beneficiadas com tarifas de proteção mais elevadas.
A estratégia do presidente americano de fragilizar países para negociar não tem sido eficaz, exceto nos casos do Reino Unido e Vietnã. Com a China, a dependência americana de terras raras foi um fator crucial para ceder nas negociações. A pressa em negociar com o Vietnã também se deu pela busca por terras raras, já que o país possui a segunda maior reserva do mundo. O Brasil detém a terceira maior reserva mundial de terras raras, ao lado da Rússia, mas sua produção ainda é insignificante. O país poderia considerar uma contrarretaliação proibindo investimentos de empresas americanas na exploração dessas terras no Brasil e a exportação desses produtos para os EUA. Isso elevaria o custo das tarifas impostas.
As afirmações de que condutas políticas justificam a retaliação é balela. Trump não poderia justificá-la apenas pelas relações comerciais, pois essas são bem equilibradas. Então, recorreu a esse argumento idiota para justificar a agressão. Tudo o que ele está dizendo é que quer negociar com o Brasil e, se puder, com o Brasil fragilizado. É importante o governo brasileiro não se desestabilizar com essa acusação inicial. E saber que precisamos muito pouco dos EUA.