Alexandre Rands Barros
Economista
Publicação: 02/08/2025 03:00
As tarifas Bolsonaro-Trump, impostas pelos EUA para penalizar o povo brasileiro, não terão o mesmo impacto em todas as regiões e estados. Como já defendi em textos anteriores, ele será bem menor do que a imprensa fez acreditar, embora em níveis diferentes nos diversos estados e regiões. A noção de catástrofe foi criada porque se deu muita voz a empresas e líderes setoriais que sofrerão mais as consequências dessas tarifas. Eles pintaram um quadro exagerado. Além disso, como previ, o alcance delas já foi reduzido. Atualmente, já foram limitadas a cerca de 50% das exportações brasileiras, considerando as proporções realizadas em 2024. Deverá haver, ainda, mais reduções ao longo do tempo, sempre atingindo regiões de formas distintas, dado que suas pautas de exportação diferem bastante.
Estudos têm mostrado que o impacto no PIB brasileiro deverá ser quase nulo ou muito baixo, próximo a 1%. Os impactos serão mais elevados se o Brasil retaliar e elevar suas tarifas aos mesmos níveis, como já enfatizei anteriormente. Poderá até ter um impacto positivo no PIB, caso a estratégia adotada seja a que sugeri na semana passada: reduzir as tarifas que o Brasil impõe para importações dos demais países, de forma que as importações vindas dos EUA percam competitividade relativa e haja incentivo à redução de nossa dependência daquele país. Essa maior abertura da economia brasileira elevaria a produtividade de nossas empresas por causa da competição estrangeira e do acesso a insumos importados mais baratos.
Um estudo realizado por Flávio Ataliba, do IBRE-FGV, RJ, mostrou que 11% das exportações do Nordeste tiveram os EUA como destino. Esse percentual foi de 22,5% no Sudeste e 9,1% no Sul. No Centro-Oeste e Norte, esses percentuais foram de 3% e 3,9%, respectivamente. Embora a dependência das exportações do Nordeste para o mercado americano seja elevada, ela não é problemática, sobretudo quando se considera que boa parte delas ficou na lista de tarifas menores. Frutas tropicais e pescados estão entre esses produtos.
Dentro da região, contudo, há estados com forte concentração de suas exportações para os EUA, como é o caso do Ceará, que destina 44,9% de suas vendas externas àquele país. Pernambuco, particularmente, só envia 9,4%, sendo frutas frescas, sucos e açúcar os principais produtos. A maioria deles, tanto em Pernambuco quanto no resto do Nordeste, se beneficiará de tarifas reduzidas. Ou seja, os impactos das tarifas deverão ser insignificantes. A exceção será o Ceará, que possui calçados como um de seus principais produtos exportados. Esse segmento sofrerá bastante com as tarifas Bolsonaro-Trump. Apesar de possuir muitas exportações de manufaturados, o Sudeste não sofrerá impacto elevado, pois petróleo e vários dos seus derivados, suco de laranja e partes de aeronaves também foram colocados na lista de menor tarifa. O Sul, por sua vez, terá mais produtos sujeitos a tarifas mais elevadas, por também exportar um percentual elevado de produtos manufaturados. O Norte e o Centro-Oeste sofrerão muito pouco, pois possuem baixa concentração de seus mercados externos nos EUA.
Estudos têm mostrado que o impacto no PIB brasileiro deverá ser quase nulo ou muito baixo, próximo a 1%. Os impactos serão mais elevados se o Brasil retaliar e elevar suas tarifas aos mesmos níveis, como já enfatizei anteriormente. Poderá até ter um impacto positivo no PIB, caso a estratégia adotada seja a que sugeri na semana passada: reduzir as tarifas que o Brasil impõe para importações dos demais países, de forma que as importações vindas dos EUA percam competitividade relativa e haja incentivo à redução de nossa dependência daquele país. Essa maior abertura da economia brasileira elevaria a produtividade de nossas empresas por causa da competição estrangeira e do acesso a insumos importados mais baratos.
Um estudo realizado por Flávio Ataliba, do IBRE-FGV, RJ, mostrou que 11% das exportações do Nordeste tiveram os EUA como destino. Esse percentual foi de 22,5% no Sudeste e 9,1% no Sul. No Centro-Oeste e Norte, esses percentuais foram de 3% e 3,9%, respectivamente. Embora a dependência das exportações do Nordeste para o mercado americano seja elevada, ela não é problemática, sobretudo quando se considera que boa parte delas ficou na lista de tarifas menores. Frutas tropicais e pescados estão entre esses produtos.
Dentro da região, contudo, há estados com forte concentração de suas exportações para os EUA, como é o caso do Ceará, que destina 44,9% de suas vendas externas àquele país. Pernambuco, particularmente, só envia 9,4%, sendo frutas frescas, sucos e açúcar os principais produtos. A maioria deles, tanto em Pernambuco quanto no resto do Nordeste, se beneficiará de tarifas reduzidas. Ou seja, os impactos das tarifas deverão ser insignificantes. A exceção será o Ceará, que possui calçados como um de seus principais produtos exportados. Esse segmento sofrerá bastante com as tarifas Bolsonaro-Trump. Apesar de possuir muitas exportações de manufaturados, o Sudeste não sofrerá impacto elevado, pois petróleo e vários dos seus derivados, suco de laranja e partes de aeronaves também foram colocados na lista de menor tarifa. O Sul, por sua vez, terá mais produtos sujeitos a tarifas mais elevadas, por também exportar um percentual elevado de produtos manufaturados. O Norte e o Centro-Oeste sofrerão muito pouco, pois possuem baixa concentração de seus mercados externos nos EUA.