José Augusto afirmou que foram feitas duas propostas em ocasiões diferentes

O Ministério Público Eleitoral em Pernambuco (MPE) começou ontem mesmo a apurar a suposta oferta de propina recebida pelo deputado federal José Augusto Maia para que o Pros apoiasse a campanha de Paulo Câmara (PSB), candidato a governador de Pernambuco. A assessoria do MPE informou que o órgão soube da denúncia de José Augusto por meio da imprensa e começou a reunir informações. A investigação começou antes mesmo do pedido oficial da coligação Pernambuco Vai Longe, liderada por Armando Monteiro (PTB), que pediu ao MPE providências em relação ao caso. O procurador João Bosco Araújo Júnior vai comandar as investigações.

José Augusto Maia declarou ao jornal Folha de São Paulo de ontem que teria recebido uma proposta de propina do presidente nacional do Pros, Eurípedes Júnior, e do presidente do PP estadual, deputado federal Eduardo da Fonte (PP), para apoiar Paulo Câmara.

Em entrevista ao Diario, ontem, Jose Augusto afirmou que as propostas foram feitas em ocasiões diferentes. A primeira em 12 de junho, por Eurípedes, e a segunda teria se configurado por Eduardo da Fonte no dia 2 de julho, próximo à data do fechamento da lista de candidatos do partido para entregar ao TRE. “Nesse dia, inclusive, Eduardo (da Fonte) disse que me colocaria no telefone com o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), para ele reforçar mais uma vez a mesma proposta indecorosa que Eurípedes já havia feito”.

José Augusto Maia não quis revelar quais seriam as propostas oferecidas a ele, alegando que só daria essas informações em juízo. Ao ser questionado sobre provas, ele disse que só as mostraria à Justiça.

O parlamentar era presidente do Pros estadual e foi destituído do cargo. Eduardo da Fonte (PP), líder do bloco PP/Pros na Câmara Federal, também vai acionar a Justiça. A assessoria dele informou que o parlamentar entrará com uma queixa-crime no Superior Tribunal Federal por calúnia e difamação contra José Augusto Maia.