Petrobras em meio às denúncias
Enquanto o procurador-geral da República sugere a demissão do comando da estatal, o ministro da Justiça sai em defesa dos diretores
Publicação: 10/12/2014 03:00
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Polícia Federal indiciou ontem executivos de construtoras por cinco crimes |
Ontem, a Polícia Federal indiciou os diretores e executivos presos na sétima fase da Operação Lava Jato por crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, falsificação de documentos e falsidade ideológica. Das construtoras Queiroz Galvão e Galvão Engenharia, são citados pelos investigadores Ildefonso Colares Filho, Erton Medeiros Fonseca e Othon Zanoide de Moraes Filho. Da cúpula da OAS, foram indiciados Agenor Magalhães Medeiros, José Aldemário Filho, Léo Pinheiro, Mateus de Sá Oliveira, Alexandre Portela Barbosa e José Nogueira Breghirolli. O lobista Fernando Falcão Soares também foi acusado.
Poucas horas depois do pronunciamento do procurador-geral, veio a reação oficial. Escalado pelo Planalto, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, superior hierárquico da PF, à frente das investigações da Lava-Jato, convocou uma entrevista coletiva e saiu em defesa da atual diretoria da petroleira. Afirmou que não há informações de que eles tenham cometido ilícitos e, por isso, devem permanecer nos cargos. “Não estou dando recado, mas uma posição do governo a partir de uma sugestão do procurador-geral da República. Estou dizendo que não há indício contra a atual diretoria.”
O ministro afirmou ainda que, de certa forma, isso é reconhecido por Janot, “quando no pronunciamento, ele diz que ‘esperam-se as reformulações cabíveis, inclusive, sem expiar ou imputar previamente culpa’”. Para Cardozo, “o próprio procurador-geral diz claramente que não está imputando qualquer culpa prévia a essas pessoas”, argumentou.
O procurador-geral lembrou que a sociedade brasileira cobra punição dura aos envolvidos no maior escândalo de corrupção da história do país. Ele também cobrou mais transparência na estatal. (Do Correio Braziliense)