Publicação: 25/01/2015 03:00
A Usina de Cambahyba era propriedade do industrial e vice-governador do Rio de Janeiro entre 1966 e 1970, Heli Ribeiro Gomes, que teria sido procurado por militares para emprestar alguns fornos para incineração do presos políticos assassinados pelo regime. “No período de 1974 e 1975, na mudança da política americana, começou uma pressão muito grande em cima do governo brasileiro por causa do desaparecimento de corpos. Os coronéis que estavam no comando queriam um meio para fazer (os corpos) desaparecer mesmo. Então foi dada essa ideia de se incinerar os corpos. Foi então mudado o sistema”, explicou o ex-delegado Cláudio Guerra, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV).
Segundo o ex-delegado, as vítimas que não resistiam às torturas ou que foram sumariamente executadas eram retiradas da Casa da Morte durante a noite, em sacos pretos, e levadas até a usina. “Eu apresentei o Heli, então vice- governador, para o comandante. Sabia que eles queriam sumir com os corpos. Outras usinas da região pertenciam a grupos de empresários, mas Cambahyba era só dele. À noite, levávamos os corpos e os colocávamos nas fornalhas. Muitos vieram da casa de Petrópolis. As cinzas eram jogadas em um tanque, que era chamado de piscina”, afirmou Guerra, que publicou em 2012 relatos de sua trajetória como militar no livro Relatos de uma guerra suja. (M.F.)
Segundo o ex-delegado, as vítimas que não resistiam às torturas ou que foram sumariamente executadas eram retiradas da Casa da Morte durante a noite, em sacos pretos, e levadas até a usina. “Eu apresentei o Heli, então vice- governador, para o comandante. Sabia que eles queriam sumir com os corpos. Outras usinas da região pertenciam a grupos de empresários, mas Cambahyba era só dele. À noite, levávamos os corpos e os colocávamos nas fornalhas. Muitos vieram da casa de Petrópolis. As cinzas eram jogadas em um tanque, que era chamado de piscina”, afirmou Guerra, que publicou em 2012 relatos de sua trajetória como militar no livro Relatos de uma guerra suja. (M.F.)
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O manual de tortura do regime militar