Cortina de fumaça
Há mais de 200 projetos de lei que tratam sobre drogas no Congresso Nacional, muitos obsoletos, outros esquecidos
Aline Moura
alinemoura.pe@dabr.com.br
Publicação: 25/01/2015 03:00
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Eduardo da Fonte tem sete projetos de combate ao uso de drogas. Nenhum aprovado |
No site de pesquisas da Câmara, um dos projeto de lei mais antigos sobre o uso de drogas - e também pendentes de apreciação - é datado de 1989. Ele dispõe sobre a adição de extrato de ipeca, uma planta brasileira que causa náusea e vômito, a produtos à base de codeína zipeproal - usado em xaropes. O autor Elias Murad (PTB/MG) faleceu em 2013 antes de a proposta ser apreciada, mas alegava, antes disso, que a mistura poderia transformar o produto em droga. A matéria, pouco relevante no contexto dos entorpecentes, está na Comissão de Justiça da Câmara.
À medida que existe lentidão em arquivar ou votar projetos, há vagarosidade em discutir propostas polêmicas, como a do deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), que prevê a regulamentação da produção e comercialização da maconha.
De Pernambuco, há 12 projetos de lei que tratam especificamente sobre o uso de drogas, sendo sete deles do deputado federal Eduardo da Fonte (PP). Um deles, inclusive, o 4941/2009, é bastante polêmico. O texto prevê pena de detenção de dois a quatro anos para usuários de drogas, enquanto a lei que vigora é de no máximo dez meses para casos de reincidência. “A gente não pode incentivar o uso de drogas e não pode esquecer que o usuário faz parte da ‘cadeia’, porque ele financia o tráfico”. O deputado acrescentou que a prevenção e o combate às drogas são uma prioridade do seu mandato. “Pelos estudos que temos, vemos que 90% da violência estão relacionados ao tráfico”, disse.
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