Josué Nogueira (interino)
josuenogueira.pe@dabr.com.br
diariodepernambuco.com.br
Publicação: 01/01/2015 03:00
Bússola e cartilha
Neste dia em que presidente e governadores tomam posse, é data ideal para que façamos votos de que o tal espírito público ganhe corpo e sirva de bússola a quem comandará o país e os estados com programas de governo (e promessas de campanha) na cabeça e caneta na mão. Nunca é demais lembrar que os princípios constitucionais do Direito Administrativo, quais sejam, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, formam a cartilha completa para uma gestão proba. Nesse momento em que os discursos em defesa da ética e do fim do toma-lá-dá-cá predominam em Brasília, principalmente em cobranças da oposição à presidente reeleita, é saudável lembrar que a prática reclamada deve ser convertida em atitudes também nos estados. É de uma contradição sem par esbravejar em frente às câmeras de TV contra o loteamento de ministérios e fazer indicações de aliados para órgãos nos estados, “compensando” o apoio dado ao governador na campanha. Do mesmo modo, não é honesto com o eleitor nem condiz com a vida pública priorizar familiares na ocupação de cargos comissionados ou recorrer ao nepotismo cruzado para assegurar empregos aos parentes. Estabelecer conexões ilícitas entre financiamento de campanha, empresas privadas e licitações de serviços públicos é também conduta condenável e altamente prejudicial ao país. Em 2014, já está na história, não faltaram exemplos do quão esse tipo de relação corrompe e esvazia cofres públicos. Contra tudo isso, lutemos pelo fim da hipocrisia, cobremos celeridade (e seriedade) da Justiça e torçamos por gestores comprometidos com alguma decência, que, como se sabe, independe de reforma política.
Cocar no poder
O primeiro índio a comandar uma casa legislativa no estado toma posse hoje na presidência da Câmara dos Vereadores de Pesqueira, no Agreste. Trata-se de Sil Xucuru, eleito pelo PT.
Fatia fina
O Nordeste marca boa presença no ministério: são dois governadores em fim de ciclo no poder, Jacques Wagner (BA) e Cid Gomes (CE), o senador Armando Monteiro (PE) e Juca Ferreira (BA - na foto), que volta à pasta da Cultura. Mas os petistas da região que mais votou em Dilma esperam mais. Muito mais. E se há segundo escalão, há esperança.
É sofrência
O bloco do PMDB que ocupa os seis ministérios do segundo mandato de Dilma garantirá o esvaziamento da candidatura de Eduardo Cunha (RJ) à presidência da Câmara, como sonha o PT? A conta peemedebista é alta e a expectativa do governo também.
Sem gente
Diante da ausência de deputados federais do PT pernambucano na próxima legislatura da Câmara é de se questionar se Arlindo Chinaglia (SP) dará as caras por aqui para fazer campanha pela presidência da Casa. De todo modo, há parlamentares de legendas da base, inclusive com ministério, que, quem sabe, podem ser convencidos.
Quem se habilita?
Entrará para a história e terá a gratidão eterna dos cerimonialistas quem apresentar projeto de lei que altere o artigo 82 da Constituição Federal e transfira a posse dos eleitos para o Executivo para o dia 1º de fevereiro (2 de janeiro também está valendo). No 1º dia do ano, como é hoje, provoca transtornos de toda ordem e ainda compromete o Réveillon de muita gente. Taí a dica.
Neste dia em que presidente e governadores tomam posse, é data ideal para que façamos votos de que o tal espírito público ganhe corpo e sirva de bússola a quem comandará o país e os estados com programas de governo (e promessas de campanha) na cabeça e caneta na mão. Nunca é demais lembrar que os princípios constitucionais do Direito Administrativo, quais sejam, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, formam a cartilha completa para uma gestão proba. Nesse momento em que os discursos em defesa da ética e do fim do toma-lá-dá-cá predominam em Brasília, principalmente em cobranças da oposição à presidente reeleita, é saudável lembrar que a prática reclamada deve ser convertida em atitudes também nos estados. É de uma contradição sem par esbravejar em frente às câmeras de TV contra o loteamento de ministérios e fazer indicações de aliados para órgãos nos estados, “compensando” o apoio dado ao governador na campanha. Do mesmo modo, não é honesto com o eleitor nem condiz com a vida pública priorizar familiares na ocupação de cargos comissionados ou recorrer ao nepotismo cruzado para assegurar empregos aos parentes. Estabelecer conexões ilícitas entre financiamento de campanha, empresas privadas e licitações de serviços públicos é também conduta condenável e altamente prejudicial ao país. Em 2014, já está na história, não faltaram exemplos do quão esse tipo de relação corrompe e esvazia cofres públicos. Contra tudo isso, lutemos pelo fim da hipocrisia, cobremos celeridade (e seriedade) da Justiça e torçamos por gestores comprometidos com alguma decência, que, como se sabe, independe de reforma política.
Cocar no poder
O primeiro índio a comandar uma casa legislativa no estado toma posse hoje na presidência da Câmara dos Vereadores de Pesqueira, no Agreste. Trata-se de Sil Xucuru, eleito pelo PT.
Fatia fina
O Nordeste marca boa presença no ministério: são dois governadores em fim de ciclo no poder, Jacques Wagner (BA) e Cid Gomes (CE), o senador Armando Monteiro (PE) e Juca Ferreira (BA - na foto), que volta à pasta da Cultura. Mas os petistas da região que mais votou em Dilma esperam mais. Muito mais. E se há segundo escalão, há esperança.
É sofrência
O bloco do PMDB que ocupa os seis ministérios do segundo mandato de Dilma garantirá o esvaziamento da candidatura de Eduardo Cunha (RJ) à presidência da Câmara, como sonha o PT? A conta peemedebista é alta e a expectativa do governo também.
Sem gente
Diante da ausência de deputados federais do PT pernambucano na próxima legislatura da Câmara é de se questionar se Arlindo Chinaglia (SP) dará as caras por aqui para fazer campanha pela presidência da Casa. De todo modo, há parlamentares de legendas da base, inclusive com ministério, que, quem sabe, podem ser convencidos.
Quem se habilita?
Entrará para a história e terá a gratidão eterna dos cerimonialistas quem apresentar projeto de lei que altere o artigo 82 da Constituição Federal e transfira a posse dos eleitos para o Executivo para o dia 1º de fevereiro (2 de janeiro também está valendo). No 1º dia do ano, como é hoje, provoca transtornos de toda ordem e ainda compromete o Réveillon de muita gente. Taí a dica.