Um olhar para o próprio umbigo

Publicação: 25/01/2015 03:00

Num mundo globalizado e repleto de informações, é possível discutir os problemas da Indonésia, onde o primeiro brasileiro foi executado por tráfico de drogas, como se eles acontecessem aqui. É importante, inclusive, debater sobre o outro brasileiro que está no mesmo corredor da morte, Rodrigo Gularte, aguardando a mesma sentença por entrar naquele país com seis quilos de cocaína em uma prancha de surfe. Há estudiosos, contudo, como Gláucio Soares, pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que pedem um olhar do país para o próprio umbigo, porque há jovens morrendo em cada esquina no Brasil, inclusive em virtude do tráfico e do uso de drogas.

Em artigo publicado no Correio Brazilense/Diario, ele escreveu: “A taxa de homicídios na Indonésia é baixíssima, menos de 1 por 100 mil habitantes. De 2008 a 2011, oscilou entre 0,4 e 0,7. Não é taxa de país violento, desumano, nem cruel. A nossa: em 2012 foi de 29, de acordo com o Mapa da violência”, lembrou, acrescentando. “A Indonésia é bárbara? E nós?”