Diario político

Marisa Gibson
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diariodepernambuco.com.br

Publicação: 01/05/2016 03:00

Ocaso de um governo

Há um ano, após ter sido alvo de um panelaço em diversas cidades do país, quando falou em cadeia nacional de rádio e TV no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, Dilma Rousseff (PT) desistiu de fazer o tradicional pronunciamento à nação no Dia do Trabalho. Esta referência é apenas para ressaltar a incapacidade da presidente que, ao longo de 365 dias, não conseguiu mudar em nada o cenário do seu governo. Ao contrário, piorou. Hoje, em mais um 1º de Maio, quem apela para a nação é o PT, que vai às ruas para tentar salvar a presidente Dilma de um impeachment a ser decidido dentro de 11 dias. Ou seja, em duas semanas, o Brasil poderá estar sendo governado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB), inicialmente por 180 dias, prazo do afastamento da presidente até o fim do julgamento. O país vive, portanto, uma situação de fragilidade política dramática. E, como se fosse pouco, integrantes de um ainda eventual governo Michel Temer dão entrevistas como se a presidente Dilma não estivesse mais no exercício do cargo. Isso não é só uma deselegância, mas também uma temeridade. Em qualquer tipo de votação, mesmo nas situações mais favoráveis, só se deve cantar vitória depois de contabilizados os votos decisivos. Neste caso, 41.

Impedimento
Preocupados com o cenário político do país, o cônsul dos Estados Unidos em Pernambuco, Richard Reitter, e o do Japão, Yasuhiro Mitsui, foram ao escritório político do deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB), no Recife, para ouvi-lo sobre o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma.

Desafios
Em reuniões distintas, Yasuhiro Mitsui e Richard Reitter também conversaram com o deputado sobre os desafios a serem enfrentados por um eventual governo do vice-presidente Michel Temer.

Condições
Por motivos diversos, Temer não terá condições de fazer muita coisa num possível governo de apenas dois anos e meio. Se conseguir estancar a crise política e impedir que a economia desande ainda mais, já terá deixado um bom legado para o sucessor em 2018.


Destino: Priscila
Priscila Krause (DEM) pode representar bem mais incômodo ao plano de reeleição de Geraldo Julio (PSB) do que poderia se prever. Deputada estadual com mandato combativo, ela vem angariando a admiração e a simpatia de muitos colegas na Assembleia Legislativa.

Apoio branco
A sintonia é tanta que o "apoio branco" de deputados de colorações diversas à democrata deve ganhar corpo. De partidos da base do governo Paulo Câmara (PSB) e que estão no palanque de Geraldo, há gente do PSD e até do PSB propensa a endossar o projeto de Priscila.

Entraves  
Nesse contingente, vale sublinhar, há nomes oriundos do PFL, o que pode ser um fator facilitador. Já a proximidade de socialistas e de outras siglas com Priscila é vista como uma consequência natural de entraves que podem emperrar a candidatura do prefeito.

Certeza
Integrantes do PSB em Pernambuco apostam que a participação do PSDB na eleição para prefeito do Recife será decidida pela executiva estadual do partido e  não pelo diretório do Recife.

Alianças
Roberto Leandro, presidente da Rede, agenda encontro com Paulo Câmara para tratar de alianças com o PSB para as eleições municipais deste ano. De quebra, vai dar um reforço para que o governador endosse a tese de novas eleições presidenciais.

Rearrumação
Esta legislatura será uma das que mais terá deputados estaduais participando das eleições municipais como candidatos a prefeito ou a vice, o que provocará uma rearrumação na Casa. São 16 parlamentares, embora nem todos devam ser eleitos.