Tia Eron some durante sessão

Publicação: 08/06/2016 03:00

Deputada divulgou nota dizendo que estava pronta para votar, mas se escondeu (ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO)
Deputada divulgou nota dizendo que estava pronta para votar, mas se escondeu
A deputada Tia Eron (PRB-BA) disse que a única pressão que está recebendo para seu voto no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados é da imprensa. “Só se for aqui, de vocês que não me dão paz para estudar. Se me permite, tenho um relatório de 65 páginas para estudar. Saiu hoje, você não viu? Você não acha justo (estudar o novo texto)?”, indaga em entrevista.

Questionada sobre se participaria da sessão de amanhã, ela respondeu: “claro, querido, eu nunca falto”. Ela afirmou que ia estudar o voto em separado do deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), que prevê punição ao presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Em nota divulgada à imprensa, Tia Eron ainda disse que estava em Brasília “a postos” para cumprir “com sua obrigação no Conselho de Ética”. A deputada é considerada dona do voto decisivo sobre o pedido de cassação de Cunha. No texto, a parlamentar disse ainda ontem que, se a sessão que acabou adiada, alcançasse a fase de votação, teria apresentado seu voto. “Estou convicta da grande expectativa que há em nosso país, referente a esta representação e não me furtarei a cumprir com meu dever”, declarou.

Após acordo entre líderes partidários, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) também adiou a votação do parecer do deputado Arthur Lira (PP-AL) que pode salvar o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de ter o mandato cassado.

O parecer de Lira, que é aliado de Cunha, foi apresentado na última segunda, em resposta à consulta feita pelo presidente interino da Casa, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), sobre o trâmite de votação de processos disciplinares contra parlamentares pelo plenário da Casa.

Em seu parecer, Lira recomendou que o plenário da Câmara deverá deliberar sobre um projeto de Resolução com a decisão final do Conselho de Ética, e não o parecer do relator. Decidiu também que cabem emendas a esse projeto e que elas não podem ser prejudiciais ao representado.

O aliado do presidente afastado da Câmara recomendou que o projeto de Resolução deverá ser “simplesmente arquivado”, com a consequente absolvição do parlamentar processado, caso o projeto seja rejeitado pelo plenário. (AE)