Geralmente no final do ano as pessoas costumam fazer promessas para começar a colocar em prática no ano seguinte. Com o governador Paulo Câmara (PSB), que está em ano pré-eleitoral, não foi diferente. A meta do socialista para chegar bem na eleição de 2018 é, durante este ano, se reaproximar dos mais diversos “interlocutores” da sociedade e mostrar resultados. A largada oficial acontecerá em março, mas o socialista já deu início ao roteiro de viagens. Circulou até agora pelas cidades de Carpina, Bezerros, Petrolina, e a promessa do governo é a de, daqui para frente, “acelerar” o passo.

Na lista de “tarefas” está executar promessas que não saíram do papel e até replicar nos municípios iniciativas de adversários. O governo estuda adotar o modelo de segurança pública anunciado pela prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB). A tucana implantou o programa Juntos pela Segurança para prevenir e combater a violência na região, numa articulação com os mais diversos setores da sociedade. Tudo isso sem deixar de lado o Pacto pela Vida. Na reunião deste ano sobre o programa, o governador anunciou a contratação de 1,5 mil policiais militares e decidiu acompanhar e cobrar semanalmente os resultados das ações. No governo do antecessor Eduardo Campos, esse acompanhamento era mensal.

Também consta na “lista de prioridades” levar programas ao interior, com recursos e treinamento para evitar a mortalidade infantil e materna, implantando o Projeto Mãe Coruja. O objetivo é ampliar a iniciativa estadual com ações do programa do governo federal Mãe Feliz, para crianças de zero a cinco anos.

Para reforçar a imagem de um governo popular, o PSB incluiu no “plano de aproximação” a implantação de uma rotina de diálogos com prefeitos, ex-prefeitos e pessoas sem qualquer vínculo político. As novidades foram repassadas pelo novo líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Isaltino Nascimento (PSB). Segundo o parlamentar, as portas do Palácio do Campo das Princesas estarão abertas para Paulo Câmara e seus secretários receberem os movimentos sociais, sindicatos e a classe política das mais variadas siglas. Nos dois primeiros anos de gestão, o governador optou por uma administração mais de “gabinete”, sem seguir a rotina de seu padrinho político, o ex-governador Eduardo Campos, que circulava frequentemente pelo interior com a Agenda 40. Mas o PSB promete agora redesenhar a forma de atuação de Paulo Câmara. “O governo teve dificuldades de ir no interior no ano passado em função dos múltiplos palanques que apoiavam a gestão, mas vai ao interior do estado dentro de um novo formato”, informou Isaltino.

Para o deputado federal Danilo Cabral (PSB), mesmo com as dificuldades do estado por conta da crise financeira no país, o governo de Pernambuco fez seu dever de casa em relação às finanças, mas admitiu a necessidade de o governo ir às ruas. “Precisamos nos aproximar da população. É preciso manter o foco na gestão para dar continuidade e concluir a travessia, prestando conta do que foi feito e do que falta entregar. Fechamos 2015 e 2016 com R$ 2,5 bilhões de investimentos realizados no estado”, enfatizou.

Questões como saúde, educação, mobilidade urbana e segurança pública terão um olhar especial do Palácio, segundo interlocutores do governo. No caso da educação, a meta é fazer este ano um projeto piloto de incentivo à criação de escolas integrais em 18 municípios (que está sendo definido). “A ideia é estimular com premiações as prefeituras que adotarem o mesmo modelo praticado pelo estado para combater a violência e aplicar esse incentivo nos 184 municípios”, destacou Isaltino.