Diario político

Marisa Gibson

Publicação: 01/06/2017 03:00

Todos bem na fita

Trazer a bancada federal para o Palácio das Princesas, seja qual for a circunstância, é fazer política. Essa não é a primeira vez que isso acontece nem Paulo Câmara (PSB) é o primeiro governador a lançar mão deste gesto numa hora em que é necessário unir forças em favor do estado. Claro, todo os deputados federais que estarão amanhã com o governador, assim como os estaduais que se reuniram ontem no Palácio, estão dispostos a fazer alguma coisa para amenizar o drama vivido pelo estado com as inundações. Agora, além de fazer, é preciso aparecer fazendo. E, assim, todos ficam bem na fita. Mas, apesar da disposição, há deputados afirmando que não tinham conhecimento do atraso na construção de quatro barragens e que, se o governo tivesse alertado, as medidas acertadas ontem, em Brasília, durante a reunião preparatória da bancada para o encontro de amanhã, poderiam ter sido providenciadas há mais tempo. Esse discurso parece pauta de oposicionista, mas foi feito por gente da base governista. Do encontro em Brasília participaram até os senadores da oposição Armando Monteiro Neto (PTB) e Humberto Costa (PT), que foram lá ouvir o vice-governador Raul Henry (PMDB) e o presidente da Compesa, Roberto Tavares. Sob o comando dos coordenadores da bancada federal, Cadoca (sem partido) e João Fernando Coutinho (PSB), foram acertadas ações emergenciais e preventivas, além do apoio para a reconstrução dos municípios. Mas para dar certo pra todo mundo, incluindo aí os municípios afetados pelas enchentes, tudo tem que estar pronto até meados de 2018. Ou quase tudo.

Dispersão
Oposicionistas que se dispuseram a dar as mãos ao governo do estado para enfrentarem as dificuldades provocadas pelas chuvas salientam que essa união não deve ser confundida com apoio político a Paulo Câmara (PSB). Passado o drama, virá a  dispersão.

Em outra
O deputado federal João Fernando Coutinho (PSB) não gostou do registro da coluna de que, embora o governador Paulo Câmara (PSB) estivesse em Brasília, na terça-feira, ele tenha participado de audiência com o ministro da Integração, Hélder Barbalho, junto com o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) para debater medidas emergenciais para os municípios afetados pelas inundações. Mas foi o que aconteceu.

Caça às bruxas
Tudo indica que, quando a tormenta passar, o PSB estará apaziguado. Como se sabe, o partido iniciou um processo de expulsão dos parlamentares que votaram a favor da reforma trabalhista. João Fernando Coutinho é um dos que receberam a citação e diz que está tranquilo e que vai apresentar a sua defesa.

Um novo PT
O ex-deputado federal João Paulo está chegando hoje em Brasília para participar do congresso nacional do PT, cujo ponto alto será a escolha do novo presidente do partido, certamente a senadora Gleisi Hofmann, mais uma aposta feminina do ex-presidente Lula. Do encontro sairá também uma reorientação para os próximos quatro anos.

Cautela
João Paulo considera que é preciso “decantar um pouco mais” para se falar em 2018. “São tantas incertezas, que até aumentei em 20 minutos o tempo de minha meditação”, acrescenta o ex-deputado, que ontem encontrou-se com o deputado Sílvio Costa Filho (PRB), líder da oposição na Assembleia.

Aposta
“A PEC das diretas não passa de jeito nenhum” afirma um deputado peemedebista, mesmo diante da aprovação pela CCJ do Senado de uma PEC, que estabelece as eleições diretas se a Presidência da República ficar vaga nos últimos três anos.
Aventura
Se a PEC for aprovada no plenário do Senado, o texto segue para a Câmara dos Deputados, onde tramita outra Proposta de Emenda Constitucional no mesmo sentido. “Ninguém vai jogar o país numa aventura”, assegura o peemedebista.

O segundo fico
Comentário de quem transita bem no meio empresarial: “Se depender do setor produtivo, o presidente Michel Temer (PMDB) não cai de jeito nenhum. O PIB nacional reza pela cartilha ruim com ele, pior sem ele”.