Aberta a temporada de caça ao voto Potenciais presidenciáveis pegam a estrada para consolidar sua candidaturas de olho nas eleições de 2018

Publicação: 19/08/2017 03:00

As eleições gerais estão a mais de 12 meses de ocorrerem, o que na política quer dizer “amanhã”. Mesmo que neste período de um ano muita coisa possa acontecer e o cenário venha a mudar completamente, os candidatos já se movimentam para verificar a “temperatura” das ruas e colocar seus nomes entre os eleitores. Nem mesmo a crise política que domina a agenda em Brasília e as incertezas da reforma em discussão e suas consequências para a disputa do ano que vem impediram que os “presidenciáveis” dessem largada em suas pré-campanhas. No ranking de milhagens, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), despontam na frente.

Doria, que tenta se firmar como antagonista do PT, vai passar por 9 cidades em 8 estados em quatro semanas. Quando questionado sobre a razão dos deslocamentos, o prefeito costuma dizer que São Paulo “é uma cidade brasileira” e que todos os custos são pagos por ele, que viaja em seu próprio avião. Só entre junho e agosto, o tucano recebeu 37 convites para eventos fora do estado. As viagens selecionadas para agosto indicam uma tentativa de ganhar terreno no Nordeste, reduto histórico petista.

Mesmo ameaçado de ser impedido de concorrer caso seja condenado em segunda instância no caso do tríplex, Lula iniciou uma caravana de 20 dias pelo Nordeste com um discurso com críticas às reformas de Temer e em defesa de uma agenda que remonta às origens do PT (leia mais na página 2.2).

Ciro Gomes é outro “presidenciável” que intensificou a agenda. Tem feito palestras, reuniões com integrantes do PDT e dado entrevistas de Norte a Sul. Embora tenha dito ao jornal El País que gostaria de disputar a eleição de 2018 tendo o petista Fernando Haddad como vice, sua assessoria diz que o objetivo das viagens não é eleitoral.

Aliados consideram que “passou da hora” de Marina Silva (Rede) ter uma “agenda presidenciável” e colocar a campanha na rua. Mesmo na Rede está claro que é impossível contar apenas com o recall da eleição de 2014 e que o tempo será decisivo para as pretensões do partido. “Claro que nossa candidata é Marina. A Rede está se estruturando nos estados e municípios para entrar na disputa”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Já o deputado Jair Bolsonaro (PSC-SP) “queimou a largada”. No primeiro trimestre, esteve em Minas, Paraíba e São Paulo. Na ocasião, foi acusado de usar a cota parlamentar para custear viagens de caráter eleitoral, o que foi negado pela assessoria. (Da redação com  AE)