O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, entregou ontem à direção estadual do PPS a carta de desfiliação do partido, após passar 26 anos na sigla. No texto, ele justifica o desligamento “por discordar” da forma arbitrária como a executiva nacional, comandada pelo deputado federal Roberto Freire (SP), vem conduzindo o processo de filiação de novos integrantes do partido. “Chegou-se ao cúmulo do arbítrio de impedir e retirar membros indicados da delegação de Pernambuco ao congresso nacional do partido e substituí-los ao sabor das preferências do senhor presidente nacional sem qualquer comunicação à direção estadual”, criticou o ministro.

Jungmann disse, ainda, que não se opõe à entrada de novos quadros no partido, o  que considera necessário, mas que o processo acontecer “à custa do respeito e da história dos que fazem e fizeram o PPS é inadmissível e humilhante”. O ministro detalhou na carta de despedida aos correligionários que durante o tempo em que esteve no PPS representou o partido nos mais altos cargos da República, entre eles ministro da Reforma Agrária, da Defesa e atualmente na Segurança Pública. “Em todos eles, honrei o nome, os princípios e os valores do PPS”.

Em apoio a Jungmann, o diretório estadual do PPS emitiu uma nota manifestando repúdio à determinação do diretório nacional que teria agido de forma arbitrária, e,  “sem a necessária transparência, optou pelo adiamento do 19 º congresso estadual sob a frágil justificativa do possível ingresso de novas lideranças a esta agremiação partidária”. Logo após saber da desfiliação de Jungmann, o presidente do PSDB/PE, Bruno Araújo, convidou o ministro para ingressar na legenda pela histórica relação dele com o ex-presidente Fernando Henrique e com o próprio partido. Ele ainda não deu retorno