Música de MC Reaça gera repúdio de entidades
Durante Marcha da Família, domingo, apoiadores de Bolsonaro entoaram canção ofensiva às mulheres
Aline Moura
aline.moura1@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 25/09/2018 03:00
A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Pernambuco, e a Comissão de Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa soltaram uma nota de repúdio, ontem, contra uma música divulgada na chamada Marcha da Família, realizada no último domingo pelos apoiadores do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). O músico Tales Volpi, conhecido como “MC reaça” aproveitou o momento de repercussão nas redes sociais, tanto negativas como favoráveis a ele, para postar um vídeo ao lado de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Bolsonaro, que elogiava suas composições. Um dos responsáveis pelo evento foi procurado pelo Diario e disse que não sabia se ia soltar nota para contestar a música e não o fez até o fechamento desta edição. Afirmou que a canção não estava programada para ser tocada, e criticou a imprensa por, segundo ele, colocar lupa no acontecimento menor, dentro de um evento pacífico.
Na nota divulgada pela OAB, um dos trechos diz que a letra, “entoada em coro”, afirmou que “às feministas deve ser dada ‘ração na tigela’ e que as mulheres ‘de esquerda têm mais pelo que cadela’. Os estarrecedores trechos da música acima transcritos reduzem as mulheres à condição análoga de seres irracionais e incitam o ódio, a violência e o preconceito contra aquelas que se reconhecem feministas e/ou que têm orientação política diversa do aludido candidato”, frisou.
Em outro trecho, a nota - assinada pela presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-PE, Ana Luiza Mousinho - afirmou: “Não se pode admitir que, sob o manto da liberdade de expressão, qualquer partido político, seja ele de direita ou de esquerda, ofenda publicamente uma coletividade de mulheres, reforçando a cultura machista e misógina que, infelizmente, ainda insiste em matar muitas mulheres todos os dias”.
No texto da Alepe, faz-se o alerta para letras que estimulam a misoginia e a diminuição da figura feminina. “Sabemos que o ciclo da violência contra a mulher é impulsionado pela cultura machista, que se manifesta por meio de pensamentos e palavras de ódio capazes de abalar as mulheres psicologicamente e induzir à violência física, muitas vezes culminando no feminicídio”.
Alexandre Carvalho, um dos organizadores da Marcha da Família, foi indagado sobre a posição do grupo em relação à letra do funk divulgada no evento. Ele afirmou que o carro responsável por esse som foi para o ato de forma independente e tocava músicas tão altas a ponto de interferir nas orações do trio principal. Ao ser questionado, no entanto, se a marcha soltaria uma nota de repúdio, ele declarou que não sabia. “A gente não soltou nenhuma nota, a gente está analisando, eu odeio funk. Agora, tudo isso é uma desculturação que está acontecendo no Brasil. Hoje, o funk predomina em uma série de classes sociais, temos músicas tocando de segundo sentido o tempo inteiro, é raro ver música brasileira de qualidade”.
Questionado como o filho de Bolsonaro elogiava as músicas do MC Reaça e ele, ainda assim, não conhecia a canção, ele afirmou: “Particularmente, desconheço. Aí o problema é dele, não vou apoiar nenhum ato ofensivo a qualquer pessoa”. Eduardo Bolsonaro foi procurado duas vezes, no gabinete em Brasília e por meio da assessoria de imprensa, e não foi localizado.
Na nota divulgada pela OAB, um dos trechos diz que a letra, “entoada em coro”, afirmou que “às feministas deve ser dada ‘ração na tigela’ e que as mulheres ‘de esquerda têm mais pelo que cadela’. Os estarrecedores trechos da música acima transcritos reduzem as mulheres à condição análoga de seres irracionais e incitam o ódio, a violência e o preconceito contra aquelas que se reconhecem feministas e/ou que têm orientação política diversa do aludido candidato”, frisou.
Em outro trecho, a nota - assinada pela presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-PE, Ana Luiza Mousinho - afirmou: “Não se pode admitir que, sob o manto da liberdade de expressão, qualquer partido político, seja ele de direita ou de esquerda, ofenda publicamente uma coletividade de mulheres, reforçando a cultura machista e misógina que, infelizmente, ainda insiste em matar muitas mulheres todos os dias”.
No texto da Alepe, faz-se o alerta para letras que estimulam a misoginia e a diminuição da figura feminina. “Sabemos que o ciclo da violência contra a mulher é impulsionado pela cultura machista, que se manifesta por meio de pensamentos e palavras de ódio capazes de abalar as mulheres psicologicamente e induzir à violência física, muitas vezes culminando no feminicídio”.
Alexandre Carvalho, um dos organizadores da Marcha da Família, foi indagado sobre a posição do grupo em relação à letra do funk divulgada no evento. Ele afirmou que o carro responsável por esse som foi para o ato de forma independente e tocava músicas tão altas a ponto de interferir nas orações do trio principal. Ao ser questionado, no entanto, se a marcha soltaria uma nota de repúdio, ele declarou que não sabia. “A gente não soltou nenhuma nota, a gente está analisando, eu odeio funk. Agora, tudo isso é uma desculturação que está acontecendo no Brasil. Hoje, o funk predomina em uma série de classes sociais, temos músicas tocando de segundo sentido o tempo inteiro, é raro ver música brasileira de qualidade”.
Questionado como o filho de Bolsonaro elogiava as músicas do MC Reaça e ele, ainda assim, não conhecia a canção, ele afirmou: “Particularmente, desconheço. Aí o problema é dele, não vou apoiar nenhum ato ofensivo a qualquer pessoa”. Eduardo Bolsonaro foi procurado duas vezes, no gabinete em Brasília e por meio da assessoria de imprensa, e não foi localizado.