Tarcísio de Freitas na Infraestrutura Novo escolhido fará parte do "núcleo duro" do programa de concessões, o que indica a importância que o programa deverá ter no futuro governo

Publicação: 28/11/2018 03:00

Atualmente um dos principais responsáveis pelo programa de concessões do governo federal, Tarcísio Gomes de Freitas foi anunciado ontem como o novo ministro da Infraestrutura. Engenheiro formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), ele foi diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e atualmente é secretário de Coordenação de Projetos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Antes desses postos, foi chefe da seção técnica da Companhia de Engenharia do Brasil na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti. “Tarcísio Freitas é extremamente qualificado para desempenhar essa difícil missão”, disse o presidente eleito, Jair Bolsonaro

“Excelente escolha, conhece do assunto e tem boa formação e capacidade”, elogiou o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), César Borges. “Pode acelerar os projetos desenvolvidos no PPI e incrementar importantes obras de infraestrutura de transporte.”

A estrutura a ser comandada por Freitas é a mesma que hoje se chama Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. “Essa questão do superministério de Infraestrutura era uma ideia inicial”, disse Freitas logo após ter seu nome oficializado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, em sua conta no Twitter. “À medida em que os estudos vão avançando, vai-se percebendo qual é o desenho ótimo.” Ele agradeceu ao general Oswaldo Ferreira pela forma como conduziu os estudos.

Como informou o jornal O Estado de S. Paulo, o Ministério de Desenvolvimento Regional deve ficar com área que hoje é do Ministério das Cidades e Integração Nacional e o Ministério de Minas e Energia permanece com as competências que tem atualmente, explicou o futuro ministro. A pasta de Comunicações, por sua vez, continuará como está hoje, fundida à de Ciências e Tecnologia. A ideia inicial era reunir todas as pastas numa só.


A escolha de Freitas, do “núcleo duro” do programa de concessões, indica a importância que o programa deverá ter no futuro governo. “A ideia é trazer investimento privado para a infraestrutura”, disse. “Vai ter mais concessões, mais PPPs (parcerias público-privadas).”

No dia 31 de agosto, o PPI comemorou seu centésimo empreendimento concedido. Na ocasião, o agora futuro ministro disse ao jornal que elas geraram RS 43 bilhões em outorgas para o governo federal e mobilizaram investimentos de RS 153,9 bilhões.

O PPI, por sua vez, deverá permanecer sob o comando de Adalberto Santos de Vasconcelos. A estrutura deverá integrar a Secretaria de Governo, a ser comandada pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz. Nos últimos dias, houve disputa interna pelo comando da estrutura. O futuro secretário-geral, Gustavo Bebbiano, reivindicava o comando do PPI com o futuro vice-presidente, Hamilton Mourão.

Havia ainda a possibilidade de o programa ficar no Ministério da Economia. A pasta, porém, deverá ficar com a venda de imóveis da União e desinvestimentos de empresas estatais. A escolha de Freitas e a permanência de Vasconcelos, dois técnicos respeitados pelo mercado, indicam a continuidade do programa de concessões. (Agência Estado)