Uma série de visitas na agenda

Publicação: 08/11/2018 03:00

Jair Bolsonaro (PSL) disse ontem que o Brasil tem potencial de vencer a crise econômica e ocupar um lugar de destaque no mundo. “O Brasil tem potencial para sair da crise e depende de todos nós. Temos certeza que cada um fará sua parte e o Brasil ocupará um lugar de destaque no mundo que ele merece”, disse a jornalistas, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Ele foi à Corte acompanhado de seus filhos e do juiz federal Sérgio Moro, que chefiará o superministério da Justiça e Segurança em seu governo, para visitar o presidente do tribunal, ministro João Octávio de Noronha.

“Nossa responsabilidade é enorme, mas não é só minha, não. É do presidente aqui (João Octávio de Noronha), do Moro é de todo mundo”, brincou o presidente eleito.

Bolsonaro disse que Moro, que o acompanhou, foi convidado pelo presidente da Corte. “Fico muito feliz e honrado por nosso querido juiz Sérgio Moro, que está colaborando para que o Brasil se veja no futuro livre da corrupção e do crime organizado.” Ao chegar à presidência do STJ, o presidente eleito e o juiz federal foram assediados por servidores do tribunal, que pediram fotos e cumprimentaram as autoridades. (Da Agência Estado)

BNDES
Bolsonaro afirmou que, em sua primeira semana de governo, abrirá os sigilos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A jornalistas, afirmou que trata-se do dinheiro do povo e a população precisa saber como está sendo usado. “Na primeira semana já é possível, até para dar matéria para vocês se preocuparem com outra coisa e não com o presidente”, brincou. Além da Petrobras, o BNDES também esteve no alvo das investigações da Polícia Federal. Em agosto deste ano, a PF indiciou os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci, o empresário Joesley Batista, da JBS, e o ex-presidente da instituição Luciano Coutinho por supostas operações ilícitas na instituição financeira. Este inquérito apontou que houve o oferecimento de propinas para viabilizar a compra de ações e a liberação de financiamentos às empresas da J&F, holding que controla a JBS.

MINISTRO DA DEFESA
Espera anunciar até amanhã o nome do ministro da Defesa de seu futuro governo. A jornalistas, Bolsonaro disse que a escolha já “está engatilhada” e o nome em análise “tem quatro estrelas”.

PETROBRAS
Disse que ainda não há um nome para ocupar a presidência da Petrobras em seu governo e caberá a Paulo Guedes, futuro ministro da Economia, a escolha. Perguntado por jornalistas se Ivan Monteiro, que atualmente está à frente da estatal, permanecerá no cargo, Bolsonaro respondeu: “Não, não está previsto nada, não. Mas tem que falar com o nosso Posto Ipiranga, quem vai tratar desse assunto é o Paulo Guedes aí”. A permanência de Ivan Monteiro na presidência da Petrobras tem defensores na equipe de transição de Bolsonaro, para a conclusão do acordo de revisão da cessão onerosa do pré-sal e para abrir caminho ao megaleilão das áreas excedentes que pode garantir R$ 100 bilhões. O leilão da cessão onerosa é peça central na estratégia da equipe de Guedes para reduzir o déficit das contas públicas em 2019. Mas a assinatura do acordo ainda depende de aprovação de projeto de lei pelo Congresso e de negociação com o Tribunal de Contas da União (TCU) para a forma de registro no Orçamento da União das despesas com o pagamento à Petrobras.

BANCO CENTRAL
Contou que a equipe de Paulo Guedes “está em vias de anunciar” o nome do próximo presidente do Banco Central e disse que “pode ser” Ilan Goldfajn, que está à frente da autoridade monetária atualmente. “Nunca conversei com ele (Ilan) na minha vida, tá ok? Então passa pelo Guedes, que vai me apresentar, se for o Ilan, e a gente vai conversar”.

“PRENSA”
Falou que falta de “vivência política” e de “experiência” levou Paulo Guedes a pedir uma “prensa” no Congresso a fim de que a reforma da Previdência seja aprovada ainda neste ano. Segundo o presidente eleito, a palavra não é “prensa”, mas “convencimento”. “Não tem prensa, né? O que acontece com alguns do meu lado é que não têm a vivência política. Eu, apesar de ter, levo quantas vezes, levo cascudo de vocês? Imagina quem não tem essa experiência? A palavra não é prensa, é convencimento”, declarou. Segundo Bolsonaro, nenhum parlamentar em Brasília será movido por “prensa”.

EMBAIXADAS
Afirmou que fechará as embaixadas que considerar ociosas e que procura um diplomata de carreira e “sem viés ideológico” para ser chanceler no futuro governo. “Estamos buscando alguém que faça comércio e conduza essa parte, que é importante, sem viés ideológico, nem de direita nem de esquerda.” Questionado a respeito da chance de fechar a embaixada da Palestina em Brasília, Bolsonaro declarou que discutirá o assunto. “Vamos discutir esse assunto ainda. O problema ali é que ela está muito próxima do Palácio do Planalto, nenhuma embaixada poderia estar tão próxima assim do presidente da República. Nenhuma”, disse. O presidente afirmou novamente que seria “prematuro” da parte do Egito alguma retaliação ao Brasil em razão da intenção de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. O governo do Egito, país árabe que apoia a causa palestina, cancelou uma visita oficial ao país do atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes.

CRÍTICAS
Bolsonaro também usou sua conta pessoal no Twitter ontem para responder às críticas sobre a composição de sua equipe. “Não estou preocupado com a cor, sexo ou sexualidade de quem está na minha equipe, mas com a missão de fazer o Brasil crescer, combater o crime organizado e a corrupção, dentre outras urgências”, disse. Em um outro post, ele destacou: “Algum jornalista acha mesmo que vou sair perguntando o que cada um faz na sua intimidade para indicar a cargos no governo? Isso é uma grande piada!” Recentemente, o presidente eleito recebeu críticas de que não havia escolhido mulheres para integrar a sua equipe de transição que já está trabalhando em Brasília. Na composição do ministério, nenhuma ainda foi anunciada. Na equipe de transição, contudo, ele já anunciou que deverá nomear de três a cinco mulheres.

TOFFOLI
Ao chegar ao STF para encontro com o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, disse que os desafios do Brasil são muito grandes, “enormes”. Diante desses desafios, Bolsonaro afirmou que tomará as decisões de forma melhor embasada possível. “Não podemos errar, apesar de sermos humanos”, disse. De perfil conciliador e aberto ao diálogo, Toffoli defende um grande pacto nacional com o presidente eleito e os demais Poderes para fazer o País sair da crise. Bolsonaro falou da necessidade de redução dos índices de violência no país e Toffoli presenteou ele com uma edição comemorativa dos 30 anos da Constituição Federal.