Decisão no PSB deve ficar para agosto

Rosália Rangel
rosalia.rangel@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 18/07/2019 03:00

Os 11 deputados do PSB que votaram a favor da reforma da Previdência foram notificados pela Comissão de Ética do partido. Os dissidentes receberam a comunicação na última terça-feira e terão 10 dias para apresentar a defesa. Segundo o presidente da comissão. Alexandre Navarro, as explicações dos parlamentares serão analisadas em, no máximo, dois dias. Em seguida, o diretório nacional terá 30 dias para julgar e se posicionar sobre possíveis punições. “Creio que a definição só deverá ocorrer na segunda quinzena de agosto”, previu Navarro.

De acordo com o Código de Ética do PSB, as punições vão desde advertência até expulsão. As  representações contra os parlamentares foram encaminhadas à Comissão de Ética por integrantes de segmentos sociais da legenda. No documento, eles solicitam “a censura pública, o cancelamento de filiação, a expulsão e o ressarcimento” do investimento feito pelo PSB nas campanhas dos deputados em 2018.

A depender da punição, a representatividade do PSB na Câmara deverá passar por mudanças. Isso porque os parlamentares que estão respondendo processo na Comissão de Ética ocupam cargos nas comissões permanentes da Câmara. O deputado Felipe Carreras, único pernambucano da legenda a votar contra reforma, é vice-presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e membro titular das comissões de Turismo e de Esportes. O mesmo acontece com os demais parlamentares. Ted Conti (ES), por exemplo, faz parte da Comissão de Segurança Pública e ao Crime Organizado.

Até a decisão final do diretório nacional, que fechou questão contra a reforma, nos bastidores a atuação de aliados dos dissidentes deve ajudar a abrandar a pena. Alguns líderes socialistas, a exemplo do governador Paulo Câmara (PSB) e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), já reconheceram que, apesar do que aconteceu na votação do texto-base do projeto, cada caso é um caso e a análise deve levar em consideração o histórico de cada deputado no partido. A representação de Pernambuco é a de maior peso na direção executiva da sigla. O núcleo local ficou com a missão de manter vivo o legado deixado pelo ex-governador Eduardo Campos, que ocupou o espaçou deixado pelo avô, Miguel Arraes.