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por Camila Mattoso / Folhapres
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Publicação: 02/06/2020 05:30

Depois de protestos terminarem em confronto no fim de semana, o secretário-executivo da Polícia Militar de São Paulo, coronel Álvaro Camilo, quer usar a mesma metodologia de organização dos jogos de futebol da capital para os protestos: manifestações contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro terão que ocorrer em dias diferentes, uma no sábado e outra no domingo. “Vamos chamar para conversar e não vamos permitir dois grupos no mesmo dia”, diz.

Torcidas - Segundo o secretário, a ideia inicial é que atos a favor da democracia ocorram aos sábados e os de apoio ao presidente, aos domingos, como já vinham ocorrendo. “A PM não tem lado, nem lado do governador, nem lado do presidente, só o lado da lei”, afirma.

Liberdade - “Vamos garantir que as manifestações aconteçam, mesmo que a gente precise fechar vias. Sempre que tiverem dois grupos antagônicos, vamos fazer isso. Só não pode haver apologia ao crime e nem violência, isso não vai poder”, diz o coronel Álvaro Camilo.

Dérbi - Presidentes da Gaviões da Fiel e da Mancha Verde traçaram diagnóstico semelhantes em relação ao momento do país e afirmaram ao Painel que não há chance de oficializarem apoio às manifestações, por receio de afastar parte dos associados.

Unidos - “Se eu fizesse isso ia machucar algumas pessoas também que gostam do Bolsonaro”, diz Rodrigo Tapia, o Digão, presidente da Gaviões. “Não dá para envolver uma entidade que é gigante e que tem pessoas que pensam de diversas formas. Você vai criar uma ruptura dentro da própria entidade”, afirma André Guerra, presidente da Mancha.

Caldo - Representantes da CNBB, OAB e das seis maiores centrais sindicais vão se reunir em videoconferência hoje para discutir os preparativos de um ato em defesa da democracia que reúna diferentes setores da sociedade.

Na telinha - A ideia é que artistas, intelectuais, políticos e trabalhadores se envolvam para promover um ato virtual, em razão da pandemia do coronavírus. A iniciativa é do grupo Pacto pela Vida, lançado em abril, que conta com dezenas de entidades. Apesar da crítica indireta ao presidente, o impeachment não está na agenda do grupo.

Exemplos - Bolsonaro compartilhou no domingo um bordão popularizado na Itália por Benito Mussolini e fez com que o ditador fascista chegasse à lista de assuntos mais comentados do Twitter.

Referência - “Melhor viver um dia como leão que cem anos como cordeiro”, publicou o presidente. Durante o período em que o movimento fascista teve mais força na Itália, entre as décadas de 1920 e 1940, esse foi um dos bordões entoados por Mussolini e seus seguidores.

Anti - A mensagem aparece no final de um vídeo em que um senhor italiano esbraveja e diz que a “liberdade vale mais do que a morte” e que “a liberdade não tem preço”. Em contraste com a frase que conclui o vídeo, o senhor exalta Gennaro Capuozzo, um menino que foi herói da resistência italiana contra a Alemanha nazista.

Troco - O ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), rebateu o ministro Celso de Mello que comparou o Brasil atual à Alemanha nazista em mensagem enviada aos colegas da corte.

Ordem - “Comparar o nosso amado Brasil à ‘Alemanha de Hitler’ nazista é algo, no mínimo, inoportuno e infeliz. A Democracia Brasileira não merece isso. Por favor, respeite o Presidente Bolsonaro e tenha mais amor à nossa Pátria!”, escreveu o general nas redes sociais.

Intocáveis - Apesar de enxergar excessos nas falas do ministro neste e em outros episódios, o governo avalia que não teria força para levantar um pedido de suspeição no caso do inquérito que apura as acusações de Moro.

Tiroteio

"Violência racial é como síndrome respiratória aguda grave, não permite respirar!"
Da filósofa Sueli Carneiro, diretora do Instituto da Mulher Negra, uma das 221.931 que assinaram o Estamos #juntos pela democracia