ELEIçõES 2020 » O gesto de Ciro Gomes para João Campos Candidato à presidência em 2018, obtendo 148.655 votos no Recife, ele vai oficializar apoio ao socialista na capital pernambucana

Armando Holanda
Especial para o Diario
politica@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 21/11/2020 03:00

Acompanhado de Carlos Lupi (PDT), Ciro Gomes (PDT) vem para o Recife. Ele chegará à capital pernambucana neste domingo, onde deve oficializar o apoio à candidatura do socialista João Campos (PSB) e tentará angariar mais votos para o prefeiturável. Ciro cumprirá uma agenda conjunta com o presidente do PDT-PE, Wolney Queiroz - que assumiu a sigla no estado pós destituição do deputado federal Túlio Gadelha. Ao que tudo indica, o apoio do partido neste segundo turno pode sinalizar um possível apoio do PSB ao PDT nas eleições presidenciais de 2022.

Em entrevista ao jornal O Globo, Lupi confirmou sua vinda ao Recife. “Vamos lá (ao Recife) no domingo. Temos uma programação. Como há restrições por conta da Covid, a gente vai fazer apenas algumas visitações com o João em alguns bairros, mas vamos também gravar (o programa de TV) para ele”, assinalou o presidente da nacional da sigla ao Globo.

Ciro Gomes obteve, em 2018, um total de 148.655 votos na metrópole pernambucana. O que, por sua vez, pode ajudar na corrida pelos votos do segundo turno, principalmente dos indecisos. Não à toa, Ciro faz parte do mesmo partido da vice-candidata de Campos (PSB), Isabella de Roldão (PDT).

É importante lembrar que, em várias capitais brasileiras, o PDT adotou uma linha independente, mas não vem descartando alianças regionais. Muito pelo contrário, em alguns locais específicos, a sigla segue em busca de reforço. Como é o caso do que vem sinalizando ao quinto maior colégio eleitoral do País. A aliança, conforme apontam especialistas, tem um objetivo principal: angariar aliados para a disputa presidencial em 2022.

Desde 2018, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) vem se afastando do espectro de um dos principais partidos de esquerda do Brasil, o Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo especialistas, esse distanciamento do PT “tudo indica que a esquerda não deve ir unida no pleito de 2022 contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - que deve ser o principal candidato da direita ideológica. Ciro quer liderar essa candidatura mais à esquerda. O apoio no Recife tem ligação direta com 2022”, pontua o cientista político Rodolfo Marques.