"Quero ajudar o Brasil a retomar o seu destino" Lançado nesta sexta-feira como pré-candidato à presidência pelo PDT, Ciro Gomes se apresenta como um político "rebelde" e critica principais adversários

Elizabeth Souza
politica@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 22/01/2022 03:00

Durante convenção virtual realizada em Brasília, nesta sexta-feira, o PDT lançou a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. Com o slogan “Ciro, a rebeldia da esperança”, o evento busca fortalecer a imagem do pedetista como principal aposta para romper o cenário de polarização entre Lula e Bolsonaro, posto que passou a ser protagonizado pelo ex-juiz Sergio Moro (Podemos). Com falas marcadas por críticas aos seus principais adversários na corrida pelo Palácio do Planalto, Ciro apresentou seu projeto de governo, tendo destaque áreas como economia, educação e segurança pública. “Quero ajudar o Brasil a retomar o seu destino e colocá-lo no centro das discussões mundiais”, destacou.
 
Em um discurso que durou cerca de 50 minutos, Ciro Gomes se apresentou como um nome apto a resgatar o país de um cenário envolto, de acordo com ele, em uma “picaretagem” política. Abraçando a palavra “rebeldia” como uma das marcas principais de seus planos para a governança, Ciro afirmou ser esse o ponto que falta em boa parte dos políticos brasileiros para avançar sobre as dificuldades que permeiam o país, sendo um dos principais problemas a pandemia da Covid-19. “No Brasil, como a maioria dos nossos políticos não tem rebeldia, nem trazem esperança nenhuma, esses desafios são, particularmente, gigantescos”.

Críticas
O cenário econômico brasileiro foi um dos temas mais comentados por Ciro Gomes durante seu discurso. Destacando a pandemia da Covid-19 como agravante do déficit econômico-social que tem inundado o país, o pedetista aproveitou para tecer críticas ao governo Bolsonaro, gestão a qual classificou como “incompetente”, mas também direcionou a governos passados a culpa pela permanência de modelos econômicos que, na visão de Ciro Gomes, não deram certo. “A incompetência de Bolsonaro apenas agravou uma situação que piorava ano após ano, e a pandemia em si mesmo e em sua má gestão (...) apenas sacudiu instrumentos, políticas e instituições já carcomidas por décadas e foi potencializada criminosamente pela política genocida que já ceifou (...) mais de 620 mil vidas”, comentou.
 
“(Fernando) Collor escancarou a porteira, Fernando Henrique preparou a mesa do banquete e Lula, convenhamos, condimentou melhor os pratos” asseverou Ciro Gomes mencionando a efetivação de uma “política econômica selvagem e elitista” no país. “Eu sou bem diferente deles, meu patrão é o povo e minha pátria minha única patroa”, declarou.

Promessas

Durante o evento, Ciro Gomes listou algumas das principais promessas de seu plano de governo. O primeiro ponto mencionado foi o teto de gastos aprovado durante a gestão do ex-presidente Michel Temer, que estabeleceu, em 2017, um limite de gastos para o governo federal nos próximos 20 anos. “Prometo acabar com essa ficção fraudulenta chamada teto de gastos e colocar em seu lugar um modelo que vai tocar o país adiante sem inflação e com equilíbrio fiscal”, pontuou.  A taxação das grandes fortunas, um dos imbróglios do cenário econômico no país, também foi mencionada por Ciro, que prometeu ser uma das prioridades de sua gestão caso eleito.  
 
A resolução de endividamentos dos brasileiros e a mudança nas políticas de preço e gestão da Petrobras também foram citadas pelo ex-governador, que prometeu combustível mais barato e cravou: “O petróleo é nosso”.  Ao mencionar os trabalhos que serão voltados ao combate à corrupção, Ciro aproveitou para lançar críticas ao seu adversário Sergio Moro e aos projetos que tem apresentado sobre o tema, ao que Ciro se referiu como “esdrúxula corte anti-corrupção”. “Seria um tribunal de exceção que violaria cláusulas pétreas da Constituição”, criticou.
 
O fim da reeleição para presidente, criação de renda básica e melhorias no campo da educação também compõem o conjunto de promessas apresentadas por Ciro Gomes durante a convenção realizada em Brasília. Concluindo sua fala sendo aclamado pelos presentes, Ciro completou: “Darei até a última gota do meu suor, do meu sangue, se for necessário, e da minha energia nessa missão histórica”, concluiu.