As pesquisas de intenção de voto mostram Lula como o preferido até o momento, principalmente no Nordeste, região em que o petista possui mais adeptos. Não à toa, nas últimas eleições presidenciais, em 2018, o Nordeste foi a única região do país em que Bolsonaro foi derrotado e o, à época, candidato do PT, Fernando Haddad, conseguiu 69,7% dos votos válidos. “Algumas hipóteses vão no sentido de que foi a partir dos governos do PT que o Nordeste começou a ter grande recepção de políticas públicas, que tiveram mudanças estruturais em função, principalmente, das desigualdades sociais”, relembra Luciana, que classifica esses fatores como “memórias afetivas”, que deverão ser exploradas pelos petistas durante a campanha eleitoral.

Com a máquina na mão, Bolsonaro tem corrido contra o tempo para reverter esse cenário. Uma das investidas, por exemplo, foi a substituição do Bolsa Família pelo Auxílio Brasil, criado pelo governo federal em agosto de 2021. A mais recente investida é a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de “bondades”, já aprovada em 1º turno na Câmara Federal, a menos de 90 dias das eleições. A medida busca oferecer, até dezembro deste ano, benefícios sociais à população, dentre eles a ampliação do Auxílio Brasil, que passaria de RS 400,00 para RS 600,00. De acordo com uma pesquisa feita, em março, pelo G1, no Nordeste existem mais beneficiários do Auxílio Brasil do que trabalhadores com carteira assinada. Em Pernambuco, 1.442.493 cidadãos recebem o auxílio e 1.286.945 possuem CLT.