Raquel tira do papel uma demanda histórica de PE
Nos 16 anos do PSB à frente do governo, o Bilhete Único foi uma proposta dentro da gaveta. No segundo ano de gestão, tucana desengavetou e vai colher os frutos
Publicação: 23/02/2024 03:00
A criação do chamado Bilhete Único no sistema de transporte público por ônibus da RMR reacende uma promessa política antiga. Nos 16 anos em que PSB esteve à frente de Pernambuco, o assunto sempre figurou como promessa. Raquel Lyra (PSDB), contudo, tirou o projeto do papel já no ínicio do seu segundo ano de mandato.
Apesar de vista com bons olhos, sob a ótica do passageiro que utiliza e depende do serviço, parlamentares lançam questionamentos sobre quem vai pagar essa conta. “É uma decisão importante para a população, porém, é colocada em prática sem a apresentação concreta dos custos e sem nenhuma segurança se o governo vai conseguir arcar com isso”, afirma o deputado Diogo Moraes (PSB), representante da Alepe no Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM).
A visão é reforçada pelo presidente do PSB, deputado Sileno Guedes. “O medo que temos é de estarmos diante de uma nova pegadinha, a exemplo do IPVA que baixou e o ICMS aumentou, logo em seguida. A lei que garantia o subsídio às empresas expirou desde novembro passado e não há nada tramitando sobre o sistema de transporte. O que temos de concreto é uma redução da frota e no número de viagens. Os veículos estão velhos e sem sinal de renovação”, aponta.
Para Dani Portela (PSOL), a reivindicação é alvo de uma luta antiga. Entretanto, em sua visão, existem outros itens que ainda ficaram pelo caminho. “Não podemos esquecer a Lei Estadual 16.787 que, em 2019, previu a refrigeração gradativa dos ônibus em até quatro anos. Hoje, apenas 12% de toda a frota da RMR possui ar-condicionado”.
Na base do governo, o deputado Renato Antunes (PL) diz que o Bilhete Único chega como um redutor de injustiças. “Vamos conseguir dar mais dignidade para quem mora, por exemplo, no Ibura, no Janga, Jaboatão Centro, Olinda. Vão conseguir acessar o centro do Recife com o mesmo tarifário. Essa é uma primeira conquista, referente ao transporte público em Pernambuco”, comenta.
O discurso é ampliado por William Brigido (Republicanos), que defende que o governo já costura a contrapartida financeira para o sistema. “Agora é fundamental não só o bilhete e a manutenção do valor da passagem, mas a garantia de que a frota será ampliada e que os coletivos estejam equipados com o conforto que o usuário necessita para termos um transporte público de qualidade. A fiscalização precisa ser eficaz”, disse.
Na mesma esteira, Socorro Pimentel (UB) diz que a população se depara com a concretização de uma demanda histórica. “A gente fica feliz em estar participando de todas essas conquistas”, afirmou.
POPULARIDADE
Para o cientista político Hely Ferreira este pode ser o pontapé para uma agenda mais assertiva. “Muitos desgastes têm sido registrados, como exemplo, esta troca constante de lideranças no secretariado, demonstrando uma falta de sintonia dentro do Palácio, seja no transporte ou em qualquer outra área. É preciso mais alinhamento”.
Já Priscila Lapa percebe um poder de impacto político da ação. “O transporte público é um tema muito sensível, assim como segurança, educação, saúde, mobilidade. São eixos que transmitem uma ideia de que o governo conseguiu sentir a dor do cidadão. É um gesto que pode reverter politicamente muito favorável à Raquel”.
Apesar de vista com bons olhos, sob a ótica do passageiro que utiliza e depende do serviço, parlamentares lançam questionamentos sobre quem vai pagar essa conta. “É uma decisão importante para a população, porém, é colocada em prática sem a apresentação concreta dos custos e sem nenhuma segurança se o governo vai conseguir arcar com isso”, afirma o deputado Diogo Moraes (PSB), representante da Alepe no Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM).
A visão é reforçada pelo presidente do PSB, deputado Sileno Guedes. “O medo que temos é de estarmos diante de uma nova pegadinha, a exemplo do IPVA que baixou e o ICMS aumentou, logo em seguida. A lei que garantia o subsídio às empresas expirou desde novembro passado e não há nada tramitando sobre o sistema de transporte. O que temos de concreto é uma redução da frota e no número de viagens. Os veículos estão velhos e sem sinal de renovação”, aponta.
Para Dani Portela (PSOL), a reivindicação é alvo de uma luta antiga. Entretanto, em sua visão, existem outros itens que ainda ficaram pelo caminho. “Não podemos esquecer a Lei Estadual 16.787 que, em 2019, previu a refrigeração gradativa dos ônibus em até quatro anos. Hoje, apenas 12% de toda a frota da RMR possui ar-condicionado”.
Na base do governo, o deputado Renato Antunes (PL) diz que o Bilhete Único chega como um redutor de injustiças. “Vamos conseguir dar mais dignidade para quem mora, por exemplo, no Ibura, no Janga, Jaboatão Centro, Olinda. Vão conseguir acessar o centro do Recife com o mesmo tarifário. Essa é uma primeira conquista, referente ao transporte público em Pernambuco”, comenta.
O discurso é ampliado por William Brigido (Republicanos), que defende que o governo já costura a contrapartida financeira para o sistema. “Agora é fundamental não só o bilhete e a manutenção do valor da passagem, mas a garantia de que a frota será ampliada e que os coletivos estejam equipados com o conforto que o usuário necessita para termos um transporte público de qualidade. A fiscalização precisa ser eficaz”, disse.
Na mesma esteira, Socorro Pimentel (UB) diz que a população se depara com a concretização de uma demanda histórica. “A gente fica feliz em estar participando de todas essas conquistas”, afirmou.
POPULARIDADE
Para o cientista político Hely Ferreira este pode ser o pontapé para uma agenda mais assertiva. “Muitos desgastes têm sido registrados, como exemplo, esta troca constante de lideranças no secretariado, demonstrando uma falta de sintonia dentro do Palácio, seja no transporte ou em qualquer outra área. É preciso mais alinhamento”.
Já Priscila Lapa percebe um poder de impacto político da ação. “O transporte público é um tema muito sensível, assim como segurança, educação, saúde, mobilidade. São eixos que transmitem uma ideia de que o governo conseguiu sentir a dor do cidadão. É um gesto que pode reverter politicamente muito favorável à Raquel”.
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