Saída do PL do governo aproxima Raquel de Lula
Exoneração dos bolsonaristas do comando do Detran foi oficializada, encerrando a aliança com os irmãos Ferreira. Tucana acomodou indicados do PP no órgão
Guilherme Anjos
Publicação: 14/05/2024 06:00
Após uma série de especulações, a governadora Raquel Lyra (PSDB) assinou as exonerações dos indicados do PL no Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE), mais uma retaliação que consolida a separação dos ex-aliados após desavenças sobre o projeto que extingue as faixas salariais de policiais e bombeiros militares.No lugar, indicados do PP assumem o departamento, colocando Raquel mais distante do bolsonarismo e mais próxima do governo Lula.
Desta vez, os alvos foram o diretor-presidente, Carlos Fernando Ferreira da Silva Filho, e o diretor-geral, André Trajano de Oliveira, ambos ligados aos irmãos Anderson e André Ferreira, líderes da sigla no Estado. Os cargos passaram, respectivamente, para Vladimir Lacerda Melquiades e Guilherme Ramos Mesquita de Freitas, indicados pelo PP.
A opção pelo PP cria uma distância entre a governadora e a ala mais bolsonarista da direita, mas não converge ao progressismo, mantendo uma aproximação com o eleitorado evangélico e conservador, porém menos radical. Ainda, a escolha corresponde a fidelidade de deputados do PP que são presenças regulares em seus palanques, como Lula da Fonte, que representou a sigla no evento de filiação de Daniel Coelho ao PSD para disputar a Prefeitura do Recife.
Ainda, a desassociação com o PL também abre caminhos para Raquel nutrir sua aproximação com o presidente Lula (PT), especialmente no caso do prefeito João Campos (PSB) decidir não dar sua vice para os petistas, que podem optar por uma nova aliança na capital.
As especulações da troca no comando são antigas. No final de abril, em meio à série de votações na Alepe sobre a extinção das faixas salariais e à constante oposição do PL à base do governo, a tucana liberou doze servidores do Prorural ligados ao deputado federal Coronel Meira (PL) de suas respectivas funções, além da irmã de Joel da Harpa (PL), que atuava como coordenadora de unidade do Detran em Jaboatão.
O episódio marcou a primeira grande retaliação de Raquel aos bolsonaristas, que apesar de terem sido importantes durante um polarizado processo eleitoral, já não eram tidos como os aliados mais consistentes se tratando de aprovar projetos. Durante a última votação da pauta das faixas salariais, Meira falou à imprensa sobre a interrupção do trabalho no Prorural.
“Não briguei com ela [Raquel], nem vou brigar. Mas ela foi contra a minha alma. Nunca me vendi por cargo ou coisa nenhuma. Só o que eu peço é que esse dinheiro chegue no homem do campo”, declarou. De acordo com Meira, sua equipe técnica conseguiu R$ 12 milhões e US$ 50 milhões para o Prorural no Banco Mundial, além de reformar e sanear a sede do órgão. “Estava tudo pronto. Na hora de executar, fomos tirados do jogo”, completou.
Desta vez, os alvos foram o diretor-presidente, Carlos Fernando Ferreira da Silva Filho, e o diretor-geral, André Trajano de Oliveira, ambos ligados aos irmãos Anderson e André Ferreira, líderes da sigla no Estado. Os cargos passaram, respectivamente, para Vladimir Lacerda Melquiades e Guilherme Ramos Mesquita de Freitas, indicados pelo PP.
A opção pelo PP cria uma distância entre a governadora e a ala mais bolsonarista da direita, mas não converge ao progressismo, mantendo uma aproximação com o eleitorado evangélico e conservador, porém menos radical. Ainda, a escolha corresponde a fidelidade de deputados do PP que são presenças regulares em seus palanques, como Lula da Fonte, que representou a sigla no evento de filiação de Daniel Coelho ao PSD para disputar a Prefeitura do Recife.
Ainda, a desassociação com o PL também abre caminhos para Raquel nutrir sua aproximação com o presidente Lula (PT), especialmente no caso do prefeito João Campos (PSB) decidir não dar sua vice para os petistas, que podem optar por uma nova aliança na capital.
As especulações da troca no comando são antigas. No final de abril, em meio à série de votações na Alepe sobre a extinção das faixas salariais e à constante oposição do PL à base do governo, a tucana liberou doze servidores do Prorural ligados ao deputado federal Coronel Meira (PL) de suas respectivas funções, além da irmã de Joel da Harpa (PL), que atuava como coordenadora de unidade do Detran em Jaboatão.
O episódio marcou a primeira grande retaliação de Raquel aos bolsonaristas, que apesar de terem sido importantes durante um polarizado processo eleitoral, já não eram tidos como os aliados mais consistentes se tratando de aprovar projetos. Durante a última votação da pauta das faixas salariais, Meira falou à imprensa sobre a interrupção do trabalho no Prorural.
“Não briguei com ela [Raquel], nem vou brigar. Mas ela foi contra a minha alma. Nunca me vendi por cargo ou coisa nenhuma. Só o que eu peço é que esse dinheiro chegue no homem do campo”, declarou. De acordo com Meira, sua equipe técnica conseguiu R$ 12 milhões e US$ 50 milhões para o Prorural no Banco Mundial, além de reformar e sanear a sede do órgão. “Estava tudo pronto. Na hora de executar, fomos tirados do jogo”, completou.