"150 mil pessoas no Recife estão com fome" O candidato à Prefeitura do Recife pelo PSD, Daniel Coelho, é o 2º entrevistado na sabatina do Diario, da Clube AM e do Blog Dantas Barreto

Mareu Araújo

Publicação: 31/08/2024 03:00

O Diario de Pernambuco, a Rádio Clube AM e o Blog Dantas Barreto publicam, neste sábado (30), mais uma sabatina com os candidatos à Prefeitura do Recife. O convidado da vez é Daniel Coelho (PSD).

Segundo ele, os principais pilares de sua gestão, se for eleito, serão a moradia, a saúde e a fome no Recife. “Nós vamos almoçar hoje. Eu, o Lula, o Bolsonaro. Quem não está almoçando hoje é 11% da população do Recife. São 150 mil pessoas que estão com fome. A eleição tem que ser sobre isso”, afirmou sem informar a fonte. A entrevista está disponível no canal do Youtube do Diario de Pernambuco, e será veiculada na Rádio Clube AM às 9h da próxima terça-feira (3).

A mesa foi composta por André Luiz Cabral, apresentador da Rádio Clube; Ricardo Dantas Barreto, que assina o Blog Dantas Barreto e a coluna Diario Político; e Mareu Araújo, repórter do Diario.

Bacharel e Mestre em Administração, Coelho ingressou na vida pública em 2003, filiado ao Partido Verde, elegendo-se vereador do Recife em 2004. Em 2010, foi eleito deputado estadual pelo PSDB.

Em 2012, disputou a Prefeitura do Recife pela primeira vez, sem sucesso. Em 2014, elegeu-se deputado federal. Durante o mandato, participou novamente do pleito municipal, ficando em terceiro lugar.

Coelho deixou o PSDB em 2018, filiando-se ao Cidadania (antigo PPS), e conquistou seu segundo mandato como deputado federal, mas não se reelegeu em 2022. No ano seguinte, assumiu a Secretaria de Turismo do Estado, até sua exoneração em junho deste ano para disputar mais uma eleição no Recife, pelo PSD.
 
Entrevista - Daniel Coelho // Candidato a prefeito do Recife pelo PSD

Saúde
“A saúde é central na cidade. E hoje, qual o modelo que a gente tem? As pessoas hoje têm uma espera média de 10 a 15 dias para ter uma consulta com um clínico geral. É até possível conseguir. Mas, quando é algo que precisa de um especialista, são quase seis meses pra você ter vaga. Faz a consulta e precisa de exames, são mais seis meses. No total é um ano para conseguir concluir um tratamento. Um ano ou Deus levou ou Deus curou”, contou.

“O que é que a gente está propondo diferente nesse modelo, sem precisar gastar mais: utilizar da tecnologia que a gente tem hoje, da telemedicina. O modelo mais eficiente é você usar da telemedicina em parceria com a consulta presencial”, afirmou.

“Em nosso plano, na primeira consulta com o clínico geral, o médico fará contato com um comitê de especialistas, que de forma remota, irá analisar o caso e passará os exames. Então, na primeira consulta o paciente já terá a prescrição dos exames, para quando for encontrar o médico especialista, que já foi marcado pelo clínico geral, o paciente estará com os exames feitos”, explicou.

Desigualdade
“E o terceiro ponto que é essencial é o combate à fome, a desigualdade e a pobreza. Não dá pra gente lavar as mãos sobre isso. Nós temos 150 mil pessoas que passam fome no Recife. Temos 500 mil pessoas que vivem consideradas abaixo da linha da pobreza. Esses 150 mil que a gente fala é quem tá vivendo com menos de R$ 300 por mês”, afirmou Daniel, mas não informou qual a fonte dos dados.

“Chega a ser um tapa na cara do povo essa piada que está sendo feita. ‘Ah, meu prefeito já almoçou’, ‘meu prefeito já lanchou’,  quando tem 150 mil pessoas que não estão almoçando no Recife. Realmente tem uma desconexão do mundo imaginário para o mundo real”, apontou.

Moradia
“A gente tem que ter três frentes: uma construção de habitacionais, e esse é um elemento importante para a gente poder atingir as metas de habitação. Nós estamos colocando inclusive uma meta, que não é nada fora do de contexto, todo nosso programa de governo está baseado no orçamento atual da prefeitura, então a gente vai construir 5 mil habitações”, disse.

“Mas, além disso, as pessoas que estão em área de risco, morando em palafita, embaixo de ponte e em situação de rua, nós vamos fazer a imediata contratação no setor privado dos aluguéis, que serão feitos há um custo que cabe dentro desse orçamento da prefeitura. A gente tá falando de R$ 48 milhões de investimento pra gente tirar quem está em situação de risco”, completou.

Segurança
“O debate sobre polícia desarmada não existe mais. Nenhum lugar do mundo trabalha o conceito de polícia desarmada, ainda mais quando a gente tem uma criminalidade que está armada. Então, esse pra mim é um debate superado”, comentou sobre armar a guarda municipal. Questionado sobre uma de suas propostas de gestão, que é fortalecer a segurança nas escolas com a presença de guardas municipais e câmeras de segurança, Daniel Coelho disse:  “A gente precisa garantir a segurança não só dos estudantes, mas também dos professores. Hoje, infelizmente, a gente tem um clima de medo”.
 
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