Promessas de um Recife mais sustentável Na quinta reportagem da série do Diario, o eleitor vai poder conhecer as propostas de candidatos à prefeitura sobre habitação e sustentabilidade

Pedro Ivo Bernardes

Publicação: 07/09/2024 03:00

O Diario de Pernambuco segue com a série de reportagens sobre as principais propostas dos candidatos à Prefeitura do Recife, abordando hoje o quinto tema: Habitação e Cidade Sustentável. As principais propostas abordadas dos candidatos à Prefeitura do Recife apresentadas nesta série foram extraídas dos planos de governo dos postulantes registrados no TRE-PE.  O critério para a escolha dos dos candidatos participantes foi a representação de seus partidos no Congresso Nacional, respeitando a Lei 9.504/1997, conhecida como a Lei das Eleições.

O déficit habitacional na capital pernambucana é alvo de polêmica. De um lado, a oposição à Prefeitura do Recife critica a gestão por um déficit de 70 mil unidades habitacionais, enquanto a Prefeitura e o candidato à reeleição João Campos afirma que esse número foi atualizado para 54 mil moradias, como aponta levantamento  da Fundação João Pinheiro (FJP), com base em dados da Pnad Contínua de 2022.

No saneamento, a despeito da PPP Cidade Saneada, que tem a BRK como parceira privada, ainda possui 50,5% das residências sem coleta de esgoto, de acordo com o Instituto Trata Brasil. Vale o registro que o saneamento e o abastecimento d’água da capital é operado pela Compesa, estatal estadual de abastecimento e saneamento.

Com cerca de 100 rios e riachos, a maior parte deles canalizados ou transformados em canais a céu aberto, o Recife enfrenta grandes desafios relacionados à micro e macrodrenagem. Em relação à microdrenagem, as galerias de águas pluviais vêm se mostrando insuficientes para escoar as águas das chuvas, criando pontos críticos de inundação. Em geral, esses pontos ficam próximos a cursos d’água e, muitas vezes, basta a maré alta para provocar alagamentos. A combinação da elevação do nível do mar, ocupação desordenada das margens dos rios, principalmente o Tejipió, tornam a tarefa ainda mais difícil.

Daniel Coelho

Aplicar tecnologias atuais e inovadoras para contenção e prevenção de deslizamentos conforme o mapeamento da situação dos morros na cidade e a classificação de risco.

Expandir a rede de esgotamento sanitário para áreas descobertas, periféricas e comunidades vulneráveis, garantindo o acesso universal ao saneamento básico, buscando medidas para que o esgoto seja devidamente tratado e seguro para o meio ambiente.

Implementar soluções baseadas na natureza, com  investimentos em proteção dos riachos, microdrenagem, implantação de praças e parques alagáveis, jardins de chuva, telhados verdes e pavimentos permeáveis, para aumentar a capacidade de absorção da água da chuva e reduzir o risco de alagamentos e outros transtornos.

Dani Portela
Implementar um plano de reassentamento de famílias que seja executado antes da remoção, para que nenhuma família seja despejada por obra pública sem ter uma nova moradia próxima ao seu local de origem.

Implementar a política habitacional municipal por meio de programas diversos que considerem as especificidades regionais e de seus beneficiários (grupos minorizados) como forma de garantir a permanência da população de baixa renda em áreas consolidadas.

Ampliar as políticas de saneamento básico, a partir de uma concepção de saúde preventiva, investindo na universalização do acesso à água potável e da coleta e tratamento de esgoto.

Gilson Machado
Concluir as obras dos habitacionais que estão paralisadas e/ou inacabadas, e buscar recursos para a construção de casas para a população de baixa renda.

Priorizadas, para os novos projetos habitacionais, a ocupação de novas áreas da cidade, com menor densidade populacional.

Alinhado ao novo Marco Legal do Saneamento, investir esforços para ampliar a rede de esgoto da cidade e promover o pleno abastecimento d’água para os recifenses, mitigando os desperdícios que hoje ocorrem no sistema. E realizar a limpeza, despoluição e requalificação dos canais e rios.

João Campos
A PPP Morar no Centro vai ofertar cerca de 1.128 unidades habitacionais na área central da cidade, localizadas nos bairros de Santo Antônio, São José, Boa Vista e Cabanga.

Somar esforços na promoção de ações de políticas urbanas e habitacionais e enfrentamento a riscos climáticos, observando como resposta efetiva está no Programa de Requalificação e Resiliência Urbana em Áreas de Vulnerabilidade Socioambiental - ProMorar,

Estruturar planos de intervenção para lidar com o aumento do nível do mar, e também para melhor gerenciar a água da chuva e mitigar os impactos de alagamentos; com destaque, temos para a urbanização de canais e a mitigação dos pontos de alagamento mais críticos.

Tecio Teles
Implementar um programa de construção de moradias populares para reduzir o déficit habitacional de 75 mil moradias. Priorizar a construção em áreas com infraestrutura e acesso a serviços básicos.

Desenvolver um plano de regularização fundiária para garantir a segurança jurídica das famílias que vivem em áreas de ocupação, facilitando o acesso a serviços públicos.